Política

CPI da Americanas se encerra em meio à incerteza de responsabilização dos acionistas

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Última sessão da CPI da Americanas acontecerá nesta terça-feira (26)  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Americanas
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 26/09/2023, às 07h38


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A última sessão da CPI da Americanas, que acontece na Câmara dos Deputados, terá a última sessão nesta terça-feira (26). Na oportunidade, estão previstas discussão e votação do relatório final sobre a fraude bilionária da empresa. Entretanto, o texto não é consenso entre os parlamentares.

Segundo o portal o Globo, grande parte do colegiado discordou das conclusões do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), que não responsabilizou executivos e acionistas da companhia. Um documento paralelo foi apresentado, assinado pelo PSOL e com apoio do PL, pedindo indiciamentos por abuso de poder.

Na semana passada, o presidente da CPI, Gustinho Ribeiro (Republicanos-RJ), cancelou a sessão depois que a maioria dos deputados presentes na reunião se mostraram contrários ao relatório principal, do deputado Carlos Chiodini, e se articulavam em plenário para derrotar o texto. O relatório de Chiodini nem mesmo cita os bilionários Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles, acionistas majoritários da Americanas.

O deputado federal Tarcísio Motta (RJ) classificou o cancelamento como uma manobra do presidente do colegiado para manter a blindagem dos acionistas.

“Vocês iam perder a votação hoje, por isso cancelaram. Está ficando feio. Iam perder o relatório e daí cancelaram a sessão. É um desrespeito. Fizemos de tudo para fazer um acordo nesta CPI”, disse na sessão da terça-feira passada.

Se o texto de Chiodini for derrotado hoje, o presidente da CPI terá que nomear outro relator na mesma sessão para apresentação e votação do relatório paralelo. Os deputados do PSOL, PT, PDT e PL fecharam um acordo para unir sugestões em um único documento.

Ainda de acordo com a reportagem, osdeputados do PSOL, Fernanda Melchionna (RS) e Tarcísio Motta protocolaram um relatório pedindo a responsabilização do trio de acionistas por abuso de poder. O documento também pede que sejam acusados os administradores ou gestores da empresa, envolvidos na época.

O chamado voto em separado cita o artigo 117 da Lei das Sociedades Anônimas que prevê a possibilidade de responsabilização de empresários quando houver abuso de poder, em especial “quando o acionista controlador orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional”.

Redigido pelo deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), o relatório oficial da CPI não aponta culpados. Apesar de reconhecer a fraude bilionária na companhia, o relator afirma que não houve tempo suficiente para apontar os responsáveis e recomenda esperar o desenrolar das investigações por órgãos judiciais.

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