Política

Deputada é alvo de novas ameaças de morte após assassinato de irmão

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Sâmia Bonfim disse ainda que a intimidação atinge o seu marido, o deputado Glauber Braga, e o filho do casal, de três anos  |   Bnews - Divulgação Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 18/10/2023, às 11h26


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A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) revelou que voltou a receber ameaças de morte depois do assassinato de seu irmão, o médico Diego Ralf Bomfim, e de mais dois amigos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, há duas semanas. Por causa das ameaças, a deputada está sob escolta da Polícia Federal.

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Em entrevista ao Globo, publicada nesta quarta-feira (18), Sâmia disse que as ameaças chegam por e-mail. Além dela, o seu marido, o deputado Glauber Braga (PSOL), e o filho do casal, de três anos, também são alvo das intimidações.

“Recebi novas mensagens e e-mails, já encaminhados à Polícia Federal. Alguns grupos reivindicam a autoria do crime, dizem que são os autores da execução. Outros se aproveitam do ocorrido e ameaçam, dizem que serei a próxima vítima, caso não repense a minha atuação política. Tem quem se aproveite desse momento para ameaçar a vida do meu filho, uma criança, e do meu marido. É aterrorizante receber este tipo de e-mail. Desesperador”, disse a deputada.

“Passei a andar com escolta, igual ao (ex-deputado federal) Marcelo Freixo, graças a uma autorização que recebi da Mesa Diretora da Câmara. É nesse momento que percebemos o quanto somos vulneráveis. Neste contexto, como me distancio do medo? Fui obrigada a pedir à Polícia Federal o reforço da minha segurança. Ando triste pelo meu irmão, pelo Brasil. Como parlamentar, acabamos lidando com segurança pública, mas me ver no meio disso tudo é ruim demais, um desalento”, acrescentou.

Inicialmente, a deputada revelou que acreditou que o assassinato do irmão tivesse alguma relação com a sua atuação política. Sâmia disse ainda não ter motivos para duvidar das investigações, que apontam que as vítimas foram assassinadas por engano.

“Quando soube do crime, imaginei imediatamente uma represália contra mim. Hoje, a investigação aponta para morte por engano e não duvido das investigações realizadas até aqui. Mas eu sempre recebi muitas ameaças e não consigo me distanciar desse tipo de pensamento involuntário, já que essas intimidações não cessaram após o assassinato do meu irmão”, declarou a deputada que revelou ter o receio de as investigações não chegarem aos responsáveis pelas mortes.

“Temo muito pela falta de um desfecho. Conhecemos a segurança do Brasil e do Rio de Janeiro. E não se trata apenas de saber quem apertou o gatilho ou mandou apertar, mas há uma estrutura por trás. Isso foi consequência de algo maior. Considerando essa linha, tenho medo sim de não irmos tão a fundo. Mas, é claro que novas hipóteses ainda podem surgir e isto também amedronta muito a minha família”, afirmou.

Na madrugada do último dia 5 deste mês, Diego Bomfim estava com três colegas médicos em um quiosque, em frente ao hotel onde seria realizado um congresso médico da área.  Além dele, morreram os médicos Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33. A quarta vítima, Daniel Sonnewend Proença, resistiu aos ferimentos e sobreviveu.

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