Política

Deputado diz que vai colocar cabresto na boca de parlamentar negra

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Deputado disse que usou termo para se referir a 'algo que controla' e Gilmaci disse que estava em momento 'acalorado' da discussão  |   Bnews - Divulgação Reprodução da TV

Publicado em 22/05/2022, às 13h58   Redação


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Em uma sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta quarta-feira (18), o deputado Wellington Moura (Republicanos) disse para a deputada Mônica Seixas (Psol) que iria colocar um cabresto em sua boca, equipamento costuma ser usado na boca de cavalos.

Em discussão durante sessão, Moura disparou: "Vou colocar um cabresto na sua boca". Em seguida deputada retrucou: "você não vai calar minha boca", mas Moura respondeu: "vou sim".

Após o ocorrido, Mônica Seixas protocolou pedido no Conselho de Ética da Alesp pedindo a perda de mandato de Moura. "Houve ofensa à dignidade e decoro da Deputada Monica Seixas em sua forma mais vil e cruel que é utilizando uma ferramenta que pessoas negras escravizadas eram submetidas para que se calassem e servissem ao escravocrata", diz um trecho do pedido.

A deputada Mônica Seixas disse que episódios de machismo e violência têm sido comuns nos parlamentos brasileiros. "E se a gente não dar os nomes que têm nem sempre a gente consegue encaminhar para uma solução. Noto que a gente vem enfrentando vários eventos, inclusive o que aconteceu comigo na Assembleia Legislativa de São Paulo é grave justamente porque não é um caso isolado e isso precisa ser nomeado até porque outros atores têm que ser envolvidos. Acho que é tarefa do Ministério Público Eleitoral intervir para a proteção de nós mulheres parlamentares".

Em nota, Moura tentou se justificar por ter usado este termo. "Quando me referi a deputada Mônica Seixas, me utilizei da palavra cabresto no contexto de dizer: algo que controla, contendo então as palavras dela na qual se utilizava para se manifestar ao deputado Douglas Garcia em um momento em que ela não poderia se manifestar (por questões regimentais)", escreveu.

A votação foi adiada mas, antes disso, Mônica utilizou o tempo de discurso pra falar sobre saúde pública. O presidente da assembleia interrompeu a deputada e disse que ela estava falando de outro assunto.

Foi aí que o deputado Wellington Moura falou sobre o cabresto em Mônica. A deputada disse que a fala foi racista porque cabresto é um instrumento usado em animais, e foi usado contra uma mulher negra.
Procurado sobre a denúncia de transfobia, Douglas Garcia disse que não houve transfobia na fala dele e que os que estão falando sobre ele é calúnia.

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