Política

Deputados e deputadas da Bahia adotam cautela quando perguntados sobre aproximação de Lula ao Centrão

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Sob condição de anonimato, parlamentares comentaram possibilidade de aproximação de Lula ao Centrão  |   Bnews - Divulgação Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Publicado em 02/11/2022, às 12h19   Vinícius Dias


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"Ainda é cedo", foi a frase que o BNews mais ouviu de uma série de parlamentares da Bahia quando questionados sobre a aproximação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito para novo mandato a partir de 2023, e o Centrão - principalmente em relação à figura do deputado federal Arthur Lira (PP), atual presidente da Câmara que não esconde a vontade de continuar na posição.

Esse desejo de Lira é, hoje, a chave para uma eventual aproximação de Lula do Centrão. Eleito com a ajuda do governo Jair Bolsonaro e um dos principais aliados do atual presidente, Lira foi uma das primeiras autoridade a reconhecer a vitória de Lula no domingo (30), logo após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarar que o resultado estava matematicamente definido.

Apesar de se eleger com apoio de Bolsonaro, Lira não vê problemas em criar aliança com Lula. Uma atitude que não foge do padrão do chamado Centrão, que tem mais laços com o poder do que com a ideologia propriamente dita, como explica a deputada federal reeleita Alice Portugal (PC do B), uma das poucas a falar abertamente sobre o caso.

"Não seria estranho, mas ainda é cedo. Iremos retornar a Brasília na próxima semana e aí sim poderemos sentir melhor o clima. O fato é que o presidente Lula se elegeu com uma frente ampla e precisará discutir com diversas lideranças, ideologias. Temos o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin à frente desse processo de transição, iniciando as conversas. Mas ainda está tudo no ambiente da especulação, é preciso ter paciência", afirmou a deputada.

Hoje, o chamado Centrão é formado pelo PP, PL, Republicanos e outras siglas menores. A Câmara ainda tem partidos independentes como PSD, MDB e União Brasil. Os dois primeiros, na Bahia, estão aliados com o PT. Quanto ao último, Lula já iniciou conversas com o presidente da sigla, Luciano Bivar, e quer tê-lo dentro de sua base.

A esquerda conta com cerca de 120 dos 513 deputados federais eleitos - algo longe do suficiente para o Executivo conseguir governabilidade. Para aprovação de emendas à Constituição, por exemplo, é necessário ter um mínimo de 308 cadeiras.

Um nome do PP na Bahia falou, sob condição de anonimato, que acredita num denominador comum entre Lula e Arthur Lira, que, nos bastidores, já coloca como condição que o presidente eleito pelo menos não crie dificuldades para a sua reeleição à presidência da Casa.

O Progressistas elegeu 4 deputados federais dos 39 que a Bahia vai mandar para Brasília a partir do próximo ano. Um nome a mais que o Republicanos, que fez 3 parlamentares.

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