Direto de Brasília: Prisão de ex-PRF é fundamental para desvendar a tentativa de golpe, diz Erika Hilton

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) defendeu, na noite desta quarta-feira (9), que a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e o depoimento do ex-ministro Anderson Torres foram fundamentais para que as investigações consigam desvendar a tentativa de golpe à democracia brasileira no último dia 8 de janeiro.

De acordo com a parlamentar, que é integrante suplente na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos golpistas, Anderson Torres deixou claro durante o depoimento desta quarta que não apenas foi negligente, mas também se envolveu nas articulações que resultaram nos ataques do dia 8 de janeiro em Brasília.

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“Ele chegou muito confiante, dono de si, até um tanto arrogante, para prestar os depoimentos. Mas, conforme as oitivas foram ocorrendo, nós fomos percebendo que fica cada vez mais clara a negligência e o envolvimento dele e de pessoas do entorno dele, como o ex-presidente da República, que foi seu chefe quando ele foi ministro”, declarou Erika.

Sobre a prisão de Silvinei Vasques no estado de Santa Catarina, Erika viu com otimismo a possibilidade de que a ação da Polícia Federal ajude a descobrir quem idealizou, quem mandou e quem executou os atos de 8 de janeiro, que destruíram as sedes dos três poderes na capital federal.

“Hoje, a prisão demonstra que estamos avançando na tentativa de descobrir e desvendar quem são os mentores, os mandantes e os envolvidos na tentativa de ataque contra as instituições brasileiras. Mas mais do que apenas as instituições, contra a democracia, que foi constantemente colocada em xeque, ameaçada, não só no dia 8 de janeiro”, afirmou a psolista.

Erika Hilton ainda sinalizou para o possível envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas ações golpistas, lembrando dos ataques frequentes que ele realizava ao Poder Judiciário e outras instituições democráticas.

“É importante lembrar que o que aconteceu no dia 8 de janeiro foi culminado por uma série de ações que antecedem o dia 8 de janeiro, como, por exemplo, o ex-presidente da República incitando a violência contra o Supremo Tribunal Federal, questionando a lisura das urnas. Então estamos avançando”, disse, antes de sinalizar a possibilidade da CPMI ser prorrogada.

“Estamos chegando no fim das oitivas da CPMI e eu tenho certeza que nós conseguiremos fazer um relatório conciso. Não sei se haverá prorrogação do prazo. Muito provavelmente haverá, porque ainda há muitas pessoas a serem ouvidas. Mas tanto o depoimento [de Anderson Torres] quanto a prisão — não só dele [Silvinei Vasques], outras prisões que já ocorreram também — são fundamentais para que a gente possa desvendar a tentativa de golpe no nosso país”, concluiu.