Direto de Brasília

BNews em Brasília: Trabalhadores da EBC vivem dias de "medo" com ameaças do governo Bolsonaro

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BNews esteve na sede da empresa, na região central de Brasília, para ouvir relatos sobre como está o clima entre os trabalhadores  |   Bnews - Divulgação BNews/Henrique Brinco

Publicado em 05/01/2019, às 14h09   Henrique Brinco


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Os servidores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) vivem dias de "medo" e incerteza diante das ameaças feitas pelo governo Jair Bolsonaro de desmontar todo o conglomerado de mídia. A empresa é responsável pela TV Brasil, TV Brasil Internacional, Rádios EBC, Agência Brasil, Radioagência Nacional e Portal EBC - e ainda presta serviços para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República produzindo o canal TV NBR e o programa de rádio "A Voz do Brasil".
Logo após Bolsonaro ser eleito, a empresa pública lançou programas de demissões voluntárias para inicar o processo de enxugamento do quadro de funcionários. Em 2017, a EBC teve um custo de R$ 680 milhões, sendo que R$ 350 milhões eram gastos em salários. A intenção do futuro governo é cortar o valor total para pelo menos a metade. A ideia é manter a NBR (agência oficial do governo), a Rádio Nacional e a Voz do Brasil.
O BNews esteve na sede da empresa, na região central de Brasília, para ouvir relatos sobre como está o clima entre os trabalhadores. "Ainda é um momento de indefinição. Não temos informações concretas sobre a situação da empresa frente ao novo governo. As informações também não são repassadas aos trabalhadores. Então, o momento ainda é de bastante expectativa, bastante medo. Além do medo, os trabalhadores estão bem preocupados com o que pode acontecer. Preocupados se a EBC vai voltar uma empresa estatal, como era a Radiobrás, e abandonar a missão da comunicação pública prevista na Constituição. Enfim, é um momento de muita intranquilidade para os trabalhadores", explica Gésio Passos, coordenador-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.
"A empresa tinha pouco menos de 2 mil empregados concursados. No final de novembro, lançou um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária) e parece que a adesão chegou a cerca de 250 pessoas. A empresa teve sua mão de obra diminuída para cerca de 1700 trabalhadores. Já é um impacto muito grande na rotina de trabalho da empresa, principalmente nas áreas finalísticas. Vemos já vários telejornais diminuídos. Na TV Brasil, alguns programas foram descontinuados. E nas outras praças há a ameaça de extinguir vários programas de informação e cultura", revela Géssio.
Vale ressaltar que os trabalhadores e veículos de mídia da EBC ganharam 66 prêmios de jornalismo nos últimos quatro anos. "A gente já começou as mobilizações. Em novembro, após a eleição de Bolsonaro e as primeiras falas do presidente eleito ele reafirmava a sua intenção de extinguir a empresa, os trabalhadores já começaram se mobilizar enfrentando o medo de perder seus empregos", detalha. Os trabalhadores criaram nas redes sociais uma campanha intitulada "Fica EBC", esclarecendo a importância da empresa para a comunicação pública nacional.

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