Direto de Brasília

Senadores chamam filho de Bolsonaro de maloqueiro após vídeo com recado a CPI e pedem apuração por ameaça 

Pedro França/Agência Senado
Bnews - Divulgação Pedro França/Agência Senado

Publicado em 21/09/2021, às 12h16   Victor Pinto, de Brasília*


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Causou revolta entre os senadores da CPI da Pandemia o vídeo publicado pelo filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Jair Renan, que em uma loja de armas, afirma: “alô, CPI”. A atitude do herdeiro do chefe do Planalto o foi repudiada pelo senadores da oposição. Renan chegou a ser chamado de maloqueiro pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AC) que pediu apuração por crime de ameaça. 

“É uma questão que não pode deixar de ser discutida por esta Comissão Parlamentar de Inquérito, pela gravidade, primeiro, por se tratar do filho do Presidente, que tem que servir de exemplo. Ele teria que dar o exemplo de respeito às instituições, de respeito à democracia e ao Estado democrático de direito, e não fazer ameaças veladas, apresentando armas em loja de amigo dele, seja lá de quem for, mostrando que é na bala que ele vai se livrar daquilo que ele tem a responder perante a Justiça pelos possíveis delitos ou crimes que ele tenha cometido que esta Comissão identificou”, afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). 

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“O encaminhamento que faço a V. Exa. é que o delegado de polícia ou a delegacia de polícia que estiver à disposição desta Comissão Parlamentar de Inquérito ouça o Sr. Jair Renan pelo crime de ameaça. Não precisa mandar à PGR, é uma simples queixa-crime por ameaça, que deve ser feita na delegacia mais próxima, para que o rapaz aí responda. Ele, embora seja filho do Presidente da República, não tem foro privilegiado, ele não tem nenhum tipo de foro privilegiado. Então, a primeira delegacia de polícia tem que constar”, sugeriu o senador Randolfe que referendou a pecha de maloqueiro. 

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou o filho do presidente de sem educação. “Bom, isso significa dizer que é mais um filho do Presidente que não recebeu educação dele. Essa ameaça é uma coisa estapafúrdia contra uma instituição parlamentar que, com todas as dificuldades que o Brasil vê, está fazendo a sua parte, cumprindo o seu papel”. 

O defensor do presidente, senador Marco Rogério (DEM-RO) disse que não concorda com ameaças, mas não acredita que que seja algo para ser tratado pela CPI. “Não posso concordar com qualquer tipo de ameaça contra quem quer que seja – seja membros da oposição, seja membros do Governo, seja Parlamentares, seja cidadãos em geral. Não se pode permitir, num Estado de direito, qualquer ameaça. Aliás, já fui inclusive crítico aqui, no âmbito desta CPI, por ameaças que ocorreram aqui dentro desta CPI, quando o depoimento era tomado e o depoente sendo ameaçado no âmbito da própria CPI”, disse Rogério. 

“Da mesma maneira que condeno o que acontece aqui e que está fora dos limites do processo, também não posso concordar com quem esteja fora daqui e queira se postar como alguém que tenha, dentro da liberdade de expressão, poderes para fazer qualquer tipo de ameaça, ainda que seja ameaça velada, não é?”, questionou. 

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