Discurso de deputadas da ALBA fica apenas na teoria

Apesar do discurso em favor da equidade de gênero na política, do empoderamento feminino, em alguns casos, as mulheres que conseguem passar pelo funil estreito das eleições e saem delas vitoriosas, não transformam a retórica em prática.

Há, na Assembleia Legislativa da Bahia, um movimento para aprovar PEC que modifica a Constituição e permite a reeleição do presidente da Casa. Para que a PEC pudesse ser apresentada, 47 deputados assinaram requerimento.

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Dessas assinaturas, seis são de mulheres. As deputadas Ludmilla Fiscina (PV), Soane Galvão, Fabíola Mansur, ambas do PSB, Olivia Santana (PCdoB), Katia Oliveira (União) e Claudia Oliveira (PSD) concordaram com a PEC que vai reconduzir Adolfo Menezes a presidência da Casa.

Acontece que Ivana Bastos, do mesmo partido de Adolfo, pleiteia a vaga. Ela, além das petistas Neusa Cadore, Maria Del Carmen e Fátima Nunes, não assinaram a PEC. As três últimas não assinaram porque o líder do governo, Rosemberg Pinto, do PT, também quer o comando da ALBA.Elas foram solidárias ao pleito partidário. No caso de Ivana, a ausência de assinatura foi por motivos óbvios.

Ivana se apega a um suposto acordo feito no passado, que assegurava que ela seria o nome do partido a disputar a sucessão de Adolfo. No entanto, o acordo subiu no telhado, e nenhuma das dez deputadas pressionaram ou fizeram movimento para que uma mulher pudesse pleitear o cargo máximo do a legislativo estadual.

Apesar de se estabelecer cota mínima de mulheres para disputar eleições, elas ainda são poucas no legislativo. Na ALBA, dos 63 deputados, apenas dez são mulheres. Na Câmara dos Deputados, a quantidade de homens eleitos é cinco vezes mais do que de mulheres. Dos 513 deputados federais, 91 são mulheres.

Nem a ALBA, menos ainda a Câmara dos Deputados, foi comandada por mulheres.