Política

Documentos vazados mostram EUA atentos a elos de Lula com China e Rússia

Ricardo Stuckert
Entre os episódios que reforçam a preocupação americana é tentativa do petista de mediar o fim da guerra na Ucrânia  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 30/04/2023, às 15h05


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Os Estados Unidos estão preocupados com a forma que o Brasil vem lidando com os conflitos Rússia e Ucrânia e EUA e China. As informações estão presentes em uma série de documentos da inteligência americana obtidos pelo jornal Washington Post.

Em um trecho, a inteligência americana aponta para o interesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em formar um bloco para mediar os interesses dos EUA e da China e por um fim na guerra entre Rússia e Ucrânia.

Os documentos citam o apoio do Ministério das Relações Exteriores da Rússia ao plano. O arquivo aponta que o governo russo acredita que a proposta anularia a narrativa de "agressor-vítima" que vem sendo adotado sobre o conflito com a Ucrânia.

Além da formação de um bloco para intermediar o conflito, Lula vem acusando os EUA e a Otan de estarem prolongando o conflito na Ucrânia fornecendo armas ao governo ucraniano. O presidente brasileiro ainda sugeriu, em um acordo de paz, que Kiev abra mão da Crimeia.

No entanto, segundo o jornal americano, a iniciativa de Lula tomava forma no mesmo período em que o Brasil recebia dois navios de guerra do Irã, principal desafeto dos EUA no Oriente Médio. As embarcações ficaram por uma semana no Rio de Janeiro apesar de críticas do governo americano e de Israel.

Segundo os documentos, o governo americano acredita que Lula "provavelmente aprovou a escala para reforçar sua reputação como mediador global e polir a imagem do Brasil como uma potência neutra".

No entanto, os EUA ponderam e analisam que o aval de Lula não indica necessariamente uma grande expansão do relacionamento militar dos dois países, apesar de o Irã, segundo os EUA, esperar por isso. Ainda sobre o assunto, o documento relembra que os governos do Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela recusaram os pedidos do Irã para que as embarcações atracassem em seus países.

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