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É guerra? Major Denice e Olívia Santana disputam narrativa sobre a Ronda Maria da Penha

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Candidatas do PT e do PCdoB têm versões diferentes a respeito da origem do projeto  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 08/10/2020, às 18h35   Henrique Brinco


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As candidatas Olívia Santana (PCdoB) e Major Denice Santiago (PT) iniciaram uma disputa de narrativas a respeito da autoria da Ronda Maria da Penha, que visa o combate à violência contra a mulher e ao feminicídio do Governo da Bahia. O projeto é a principal vitrine utilizada pela petista para impulsionar a campanha. A política, todavia, foi colocada em prática durante a gestão da comunista na Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM).

Olívia afirma que a ronda foi criada durante a gestão dela na SPM, em 2015. Ela, inclusive, fez um post no Instagram, nesta quinta-feira (8), com uma foto do dia em que assinou o termo de cooperação que viabilizou o projeto. "Foi através de uma ligação minha para Maurício Barbosa, que fiz a proposta para implantar a Ronda Maria da Penha, uma ação integrada entre a SPM, a SSP, a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça", escreveu, na legenda da imagem. "O cuidado com as mulheres é uma das prioridades do meu Plano de Governo para a Prefeitura de Salvador. Tenho como proposta a implantação da Casa da Mulher Brasileira, com gestão compartilhada", completou.

Em resposta, Denice afirmou que a Ronda Maria da Penha não tem dono nem dona e que já estava sendo planejada antes de Olívia assumir a pasta. "Logo quando foi proposta a criação da Ronda Maria da Penha, eu fui estudar como funciona e eu fui entender como implantar aqui em Salvador. Infelizmente, tive um problema de saúde na época que precisei me afastar e que nesse período uma colega assumiu e Olívia assumiu a SPM, onde a mesma assinou o projeto. Falo dessa forma para que as pessoas entendam o que de fato aconteceu. Mas  Ronda Maria da penha é de todas as mulheres, não estou aqui para dizer quem é dono ou dona quem fez ou que deixou de fazer. O que importa é que ela está funcionando e ajudando e salvando mulheres em toda a cidade", explicou, em uma live do Varela Notícias.

Questionada se Olívia tenta descredibilizar a campanha petista com essas afirmações, Denice tergiversou: "Com toda a pureza da alma, não vejo assim. Na minha forma de pensar, ela entende que é uma política pública tão excepcional, que ela quer levar para as pessoas essa realidade", respondeu.

O medo do PT
Esse é o primeiro embate público entre as duas candidatas, que integram a base do governador Rui Costa (PT). As duas estão empatadas tecnicamente em Salvador, segundo as pesquisas Ibope/TV Bahia e Real Time/RecordTV Itapoan. Entre os petistas há um temor de que Olívia consiga arrebatar o voto da esquerda para si e crie raízes como principal líder da oposição no eleitorado soteropolitano. A deputada estadual se comunica bem com a militância, diferentemente de Denice - que foi alçada ao posto de candidata por uma indicação de Rui.

Em outras capitais - a exemplo de São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSOL) cresce e aglutina o voto ideológico -, o PT vem perdendo terreno para outros líderes do mesmo campo. O resultado das eleições municipais no Brasil, aliás, será um termômetro importante para definir o peso de uma possível candidatura petista na corrida presidencial de 2022.

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