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Ilhéus: Marão vê como principal legado do governo avanço na área saúde

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Prefeito busca a reeleição e enfrenta principal opositor do PP  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Facebook

Publicado em 29/10/2020, às 11h58   Nilson Marinho*


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O atual prefeito de Ilhéus, no sul do estado, Mário Alexandre, o Marão (PSD), concorre a reeleição. Chegou à prefeitura em 2017 com uma vantagem larga em relação ao segundo colocado do pleito, Cacá Colchões (PP), que tenta, mais uma vez, ocupar o assento de prefeito. Foram 36.019 (41,83%) votos contra 15.073 (17,50%). 

Durante o seu mandato, Marão se preocupou em manter-se alinhado com o governo do estado e atribui grandes conquistas a esse bom relacionamento, como, por exemplo, a entrega da nova ponte Ilhéus-Pontal. Inclusive, esteve ao lado de Rui Costa durante o evento de entrega e fez questão de posar para uma foto com o cacique do PT. Não esperava, contudo, que, meses depois, o apoio da sigla fosse justamente para o seu maior rival nas urnas. O partido indicou o vice para compor a chapa do PP. 

Essa não foi a única derrota que sofreu. Na lista de decepções incluiu mais um nome: o do vice-prefeito, José Nazal (REDE), que declarou apoio ao pré-candidato progressista por discordar de algumas ações do prefeito.

Mas, na opinião de Marão, nada disso foi o suficiente para abalar a parceria que diz ter construído com a gestão estadual. Quer continuar trabalhando por mais quatro anos já que o “trabalho faz a diferença”, como diz o seu slogan de campanha.  

O prefeito orgulha-se do aumento do saneamento básico da cidade que, segundo ele, pulou de 40% para 80% nos últimos três anos, além da ampliação da cobertura da Atenção Básica, que saiu de 15% para 60%. Há, também, as sete ambulâncias do Sistema Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que conseguiu trazer para o município e o fechamento do Canal do Malhador, trecho de água poluída que corta parte da cidade.

“Há 12 anos não construíam em Ilhéus um posto de saúde, fiz cinco. A cada 100 pacientes da cidade que precisavam de atendimento de prevenção, apenas 15 conseguiam. Agora, são 56 pessoas. Vamos chegar a 75 (...) Quero construir mais 10 postos de saúde, construir a maternidade de alta complexidade, mais uma UPA 24 horas, mais uma etapa de asfalto e um shopping center ”, promete.

Confira entrevista

  • Como amenizar os impactos da Covid-19 na cidade, sobretudo na área do emprego e renda?

Apesar da queda da arrecadação em quase 40%, que mantém salários e a estrutura dos prestadores de serviços, nós conseguimos a regularidade do nossos quase 5 mil servidores. Ainda tivemos reajuste e aumento de ticket-alimentação. Conseguimos compensar enxugando vários setores, mas mantendo os serviços essenciais em dia, com o salário em dia. Então, temos procurado manter o equilíbrio. Claro, o pós-pandemia será o pior momento. De qualquer forma, você teve o auxílio do governo federal em vários setores. Ilhéus é uma das poucas cidades da Bahia onde a construção civil se mantém. Com vários estímulos, tivemos saldo positivo em geração de renda e emprego, isso foi fundamental. O município se preocupa em dar estímulos e incentivos fiscais para o nosso prestador e o nosso empresário. Lançamos, durante o estado de calamidade, incentivos para vários setores ampliar seus serviços. Cada ampliação e capacitação vai ajudar a fortalecer a nossa economia. Estive, nesta semana, no Porto Sul, e ele já está em execução. São mais de 400 empregos diretos, porque o emprego fortalece a economia local. É fundamental estimular os investidores que podem trazer mais benefícios para nossa cidade

  • Será a maior preocupação da próxima gestão?

Temos uma preocupação muito grande, por isso, mantivemos o enfrentamento. Ilhéus, com todas as ações, teve aquele pico inicial [da Covid-19], quando uma pessoa de São Paulo veio para Itacaré contaminando várias outras. Estamos equilibrando [a curva] e baixando [os casos], mas, mesmo assim, estamos preocupados com uma possível segunda onda. Mantivemos toda a estrutura. Maior parte dos 75 leitos de UTI inaugurados no interior da Bahia está em Ilhéus, isso é fundamental para a gente liberar o comércio. Estamos discutindo e dialogando com todos os setores produtivos da cidade. A gestão tem feito um estudo para incentivar e aumentar o número de empregos, baixando taxas e tentando ver como fazer o refinanciamento de débitos para que eles [empresários] possam ter acesso às certidões fundamentais para os empréstimos. Estamos incentivando também a vinda de alguns eventos, como o Natal Solidário.

  • A indicação do vice do PT para compor a chapa do PP pode atrapalhar sua campanha? Como você digeriu esse anúncio?

Eu acredito em uma parceria de credibilidade entre o governo do Estado e a minha gestão. Acabamos de executar obras gigantes, tamanho G, isso foi fruto de uma parceria entre o governador e a gestão municipal. Foram várias ações que poderiam ter acontecido há vários anos, mas não aconteceram. Tem muitas outras coisas que precisam ser colocadas. Não estou aqui querendo falar de outro candidato. Era fundamental que a base estivesse alinhada, óbvio, é natural, mas não conseguimos, não por minha causa, a gente tem que tocar. O que eu quero dizer é que criamos uma credibilidade com toda a equipe do governador Rui Costa. O resultado disso é positivo. Ilhéus nunca viu tanto avanço, como a Ponte Ilhéus-Pontal que estava, desde 2006, se não me engano, sem o alvará, e eu dei. A ponte estava paralisada quando eu peguei. Nós conseguimos reverter a paralisação e entregamos. O Hospital Costa do Cacau, que é um dos maiores equipamentos de saúde da Bahia. Agora, por exemplo, realizamos 15 cirurgias de coração, fruto de uma parceria com o estado da Bahia. Também tem as duplicações que estão ocorrendo, como a 001 até o Cururupe melhorando os acessos. O saneamento básica que ninguém queria fazer. Nós tínhamos 40% de saneamento básica, uma dos piores da Bahia, agora, nós estamos chegando a 80%, mas como é uma obra subterrânea ninguém liga, o político não gosta de fazer, mas nós estamos fazendo. Eu disse para o governador: uma cidade moderna precisa de um esgotamento. Enquanto a oposição se chatear, nós vamos criar uma maternidade de alta complexidade, uma parceria que eu lancei com o governador, com UTI neonatal e pediátrica, não vamos mais esperar uma vaga em Salvador, vamos ser referência na saúde. Politicamente, sentimos por não estarmos unidos, mas cada um tem sua visão e a minha é fazer o melhor para Ilhéus. Eu tenho certeza que o governador entendeu isso e nós temos vários projetos para apresentar e entregar para o povo da nossa querida Ilhéus. (...) Eles [opositores] já foram prefeitos antes do meu mandato, o que Rui trouxe no mandato deles? O que Rui trouxe no meu? O meu vice é assessor especial do governador.

  • Qual  maior legado do seu governo?

A valorização dos 5 mil pais de família da nossa cidade. Eles viveram momentos tristes. Era notícia nacional os professores na porta da prefeitura, prefeito cassado, greve de servidores, funcionário sem salários, sem reajustes. Eles tiveram melhorias, não apenas salarial, mas de estrutura, como equipamentos e ticket-alimentação. Ninguém acreditava mais nisso. Não tive problema com nenhum servidor público e era praxe na história de Ilhéus. Eu também consegui reverter a saúde Ilhéus. Nós tínhamos uma das piores Atenção Básica , era apenas 15% de cobertura, agora, estamos chegando a 60%. Construí cinco postos de saúde. Há 12 anos não construíam em Ilhéus um posto de saúde, fiz cinco. A cada 100 pacientes da cidade que precisavam de atendimento de prevenção, apenas 15 conseguiam. Agora, 56 pessoas. Vamos chegar a 75. 

*Repórter viajou até à cidade para cobertura das eleições

Classificação Indicativa: Livre

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