Política
Publicado em 14/02/2023, às 13h30 Redação Bnews
Empresários bolsonaristas estão sendo obrigados a se adaptar ao governo Lula. Enquanto alguns mudam seus discursos de ódio, e passam a fazer a linha do “torço pelo Brasil”, outros ainda são resistentes e seguem proferindo ataques ao Judiciário, ao PT e a seus aliados.
Luciano Hang, proprietário da Havan, disse em entrevista ao portal de negócios Faria Lima Journal: “Temos um presidente novo, um governo novo. Vamos torcer pelo piloto. E que faça uma ótima viagem. Estou dentro do mesmo avião. Que o Brasil possa encontrar a paz, harmonia, felicidade e os empregos. Estarei junto. Vamos acabar com o discurso de ódio".
Vale lembrar que Hang está sendo investigado pelo financiamento de atos antidemocráticos, que defendiam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Já Josmar Verillo, consultor da Paper Excellence, segue distribuindo duros golpes ao Supremo Tribunal Federal e ao PT em publicações datadas de 2019 a 2023. Sua obsessão está em atacar duramente o STF. Agride o Judiciário, mas, quando precisa, busca uma aproximação com os ministros de outro tribunal, o Superior Tribunal de Justiça.
Em uma dessas mensagens agressivas, o então ministro Marco Aurélio Mello é chamado de “pândego”. Em outra, ele compartilha a mensagem de que o STF é "a maior fonte de instabilidade institucional e jurídica do país".
Em uma terceira, Verillo divulga uma postagem com a seguinte mensagem: "Todos pensam que o advogado de Lula é Zanin. Mas não é. O maior advogado de Lula se chama Ricardo Lewandowski. As coisas que Lewandowski e Zanin têm em comum são a patetice e a lealdade canina ao ex-presidiário corrupto e lavador de dinheiro."
No dia 3 de janeiro passado, em resposta a um tweet do Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Flávio Dino, ele escreveu: "Vai para casa, comunista."
A Paper Excellence, de Verillo, é conhecida por ter custeado a viagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro à Indonésia, com direito a dias de lazer surfando em uma das melhores ondas do mundo.
Outro empresário bolsonarista, Luiz Renato Durski Junior, proprietário da rede de restaurantes Madero, disse em entrevista ao site Exame Invest que torce pelo piloto que dirige o Brasil. "Sempre torço para o comandante do avião pilotar muito bem porque também estamos dentro do avião." Durante a pandemia, Durski foi duramente criticado por ter divulgado um vídeo nas redes sociais falando que "o Brasil não pode parar por 5 ou 7 mil mortes".
Além deles, existe uma lista de empresários que apoiaram firmemente o governo anterior. Como mostrado em uma reportagem do colunista Guilherme Amado, do jornal Metrópoles, no ano passado, donos de importantes marcas em um grupo de WhatsApp chamado "Empresários & Política", defenderam opiniões, interpretadas como ilegais, em defesa a um golpe de Estado no caso de uma eventual vitória de Lula.
No grupo também estavam José Koury, dono do shopping Barra World, Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo, da marca de surfwear Mormaii, e Afrânio Barreira, do restaurante Coco Bambu. Na época, Koury escreveu "Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo".
Eles e outros empresários presentes no grupo de WhatsApp foram objeto de busca e apreensão e quebra de sigilo fiscal e telemático devido às mensagens a favor de um golpe.
Após o vazamento das conversas, Koury declarou que as mensagens estavam "fora de contexto". Em uma nota, ele destacou seu "apoio integral" a qualquer pessoa que fosse eleita. “Tenho 64 anos, trabalho pelo menos 12 horas por dia, desde os 16 anos de idade, e sempre fui defensor da democracia e da livre liberdade (sic) de expressão e de pensamento. Aquele que for eleito, seja de que partido for, terá nosso apoio integral”, afirmou.
A Mormaii, empresa de Marco Aurélio Raymundo, não respondeu aos pedidos de comentários, assim como Coco Bambu, de Afrânio Barreira, não retornou ao FLJ até a publicação desta reportagem. A Paper Excellence alegou ao FLJ que não é responsável pelas postagens de Verillo nas redes sociais, muito embora o executivo use as mesmas redes para divulgar posicionamentos oficiais da empresa.
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