Entidades pedem que novo governo rompa com aliança ultraconservadora; entenda

Quando assumir o cargo, o presidente eleito, Lula (PT), já terá uma missão no que depender de entidades brasileiras: retirar o país do Consenso de Genebra. Aliança ultraconservadora costurada entre Jair Bolsonaro (PL) e Donald Trump, o Consenso de Genebra defende uma atitude antiaborto.

Alguns presidentes eleitos já retiraram seus respectivos países dessa aliança, como o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da Colômbia, Gustavo Pedro.

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Bolsonaro criou a aliança na esperança de frear qualquer tipo de avanço do debate sobre o aborto em entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou a Organização das Nações Unidas (ONU).

Como uma tentativa de pressionar o presidente Lula para romper a aliança, mais de 100 entidades brasileiras enviaram uma carta ao Governo de Transição, liderado pelo vice, Geraldo Alckmin. No documento, o grupo pede retomada de compromissos com a igualdade de gênero e os direitos sexuais e reprodutivos.

"Embora não tenha a força de tratados internacionais, a Declaração mancha a trajetória da política externa brasileira em matéria de direitos humanos. Com base nela, o governo Bolsonaro legitimou uma postura voltada a restringir menções a direitos sexuais e reprodutivos em documentos discutidos em fóruns multilaterais, marcando o desalinhamento do Brasil com compromissos históricos assumidos pelo Estado brasileiro de proteção e promoção desses direitos", apontam.

Este é um tema, que o colocará o governo Lula em fogo cruzado. Apesar de ter declarado ser contra, Lula sofreu muitos ataques durante a campanha por ter sido apontado como defensor do aborto. O petista ainda sofre pressão por parte de evangélicos para que permaneça contra a discussão do tema.  

Segundo informações do UOL, fazem parte do pedido a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, Associação Juízes para a Democracia, Associação Nacional de História, ARTIGO 19, Casa Sueli Carneiro, Católicas pelo Direito de Decidir, Central Única dos Trabalhadores - CUT, Coalizão Negra por Direitos, Conectas Direitos Humanos, Instituto Marielle Franco, Observatório de Sexualidade e Política (SPW), Rede Médica pelo Direito de Decidir, Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE), dezenas de centros universitários e grupos de profissionais de diferentes áreas.