Política

Ex-deputada do PSOL recebeu pagamentos de facção criminosa, afirma jornal

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Ex-deputada marcava audiências no Ministério da Justiça com a presença da mulher do líder da facção  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 15/11/2023, às 08h56   Cadastrado por Edvaldo Sales



A ex-deputada do PSOL Janira Rocha, que também é a advogada responsável por agendar com o Ministério da Justiça a realização de audiências com a presença da mulher do líder do Comando Vermelho no Amazonas, recebeu pagamentos da facção criminosa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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De acordo com a publicação, Janira foi quem levou Luciane Barbosa Farias, a “dama do tráfico amazonense”, para audiências no ministério, segundo a própria pasta. Segundo a apuração, o nome de Luciane não aparece na agenda do ministério - apenas o de Janira.

A pasta comandada por Flávio Dino argumentou, na terça-feira (14), que não tinha conhecimento da presença de Luciane na reunião nem como saber da relação dela com o CV, pois quem pediu a audiência foi Janira.

Ainda conforme o Estadão, recibos apreendidos pela Polícia Civil amazonense no celular de uma integrante da facção mostram três transferências do “contador” do grupo para a conta de Janira em um único dia, totalizando R$ 23.654.

Os pagamentos, que foram feitos por Alexsandro B. Fonseca, conhecido como “Brutinho” ou “Brutus”, aconteceram dias antes da primeira reunião de Luciane com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, em março. Os recibos integram relatório sigiloso da Polícia Civil do Amazonas.

Segundo a investigação, “Brutinho” era uma “espécie de contador da facção criminosa, responsável pela contabilidade da ‘caixinha’ (contribuição dos faccionados)”. Seria também o tesoureiro do CV nos municípios de Parintins, Nhamundá e Carauari. Os pagamentos foram feitos nos valores de R$ 3 mil, R$ 5.645 e R$ 15 mil. O nome completo e o CPF de Janira aparecem nos comprovantes.

Janira Rocha ainda não se manifestou.

Outros recibos

A polícia tem em mãos outros recibos que confirmam pagamentos para a ONG Liberdade do Amazonas, a qual é presidida por uma mulher chamada Luciane, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, um dos líderes do Comando Vermelho no Estado, que hoje cumpre prisão no município de Tefé (AM).

No caso da ONG de Luciane, a contabilidade do CV do Amazonas registra despesas de R$ 22,5 mil para o mês de fevereiro. Um trecho do relatório diz que “pela imagens extraídas do celular, é possível afirmar que a facção CV financia todas as despesas da associação, tais como: pagamentos de aluguel de casa, conta de água, conta de luz, internet, plano de chips, créditos de chip, contador, salários de assistente social, salários de advogadas, salários de advogadas, salários de funcionários, seguro-conta, material de limpeza e papelaria, gasolina e passagem dos funcionários, conforme demonstrado nas imagens abaixo”.

A investigação da Polícia Civil do Amazonas começou com a apreensão de um celular roubado durante abordagem da PM amazonense em Maués (AM). Os dados do aparelho mostraram a existência de uma contabilidade detalhada por parte da facção.

O Estadão apontou ainda que Luciane e sua equipe da Liberdade do Amazonas estiveram em duas ocasiões no Ministério da Justiça. Em 19 de março, foram recebidas por Elias Vaz; em 2 de maio, estiveram com o titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Rafael Velasco.

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