Política

Ex-ministra do STJ diz que desembargadores queriam colocar apadrinhados no judiciário baiano

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Ex-ministra do STJ afirma que desembargadores que chegaram para organizar judiciário baiano queriam colocar apadrinhados em órgãos  |   Bnews - Divulgação Divulgação/CNJ

Publicado em 19/10/2022, às 10h42   Thiago Conceição


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A jurista Eliana Calmon, primeira mulher a compor o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no cargo de ministra entre 1999 a 2013, reagiu à declaração do desembargador Raimundo Cafezeiro sobre aquilo que seria o ‘câncer’ do judiciário baiano. Para o desembargador Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a ‘massa humana’ está entre os problemas do poder judiciário, em especial por conta dos cargos vitalícios.

“Ele [Cafezeiro] tem razão quando acusa a massa humana, o trabalho dos servidores. Isso porque o Tribunal de Justiça da Bahia tem problemas muito sérios. E problemas de muitos anos. Tem uma classe de servidores que não são concursados, deveriam ser retirados porque foram admitidos depois da Constituição. E, no entanto, permaneceram lá”, disse Eliana Calmon, em entrevista ao apresentador José Eduardo nesta quarta-feira (19), na rádio Metropole.

A jurista disse que a situação foi gerada após a extinção de uma autarquia que cuidava da administração do TJ da Bahia, em 2004, após decisão tomada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Porém, Eliana Calmon acrescentou que desembargadores que foram chamados para tentar resolver a ‘bagunça’ queriam colocar apadrinhados no judiciário baiano.

“Alguns dirigentes, ao invés de organizar a desordem, queriam aumentar. Cada desembargador queria colocar os seus apadrinhados. E são esses apadrinhados que terminam ficando em definitivo. Como Cafezeiro falou, são os ‘vitalícios’. Aqueles que ficam ali até morrer, porque até as aposentadorias são altas”, concluiu a jurista.

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