Política

Governo Lula é marcado por afastamento de bandeira de inclusão de minorias na política

Ricardo Stuckert / PR
Além da baixa presença feminina no governo federal, os ministérios comandados por mulheres como moeda de troca com o centrão  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert / PR

Publicado em 14/07/2023, às 10h01 - Atualizado às 10h01   Cadastrado por Daniel Serrano


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Em um momento mais pragmático de sua vida política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem deixando de lado a bandeira de inclusão de minorias na política e vem optando por diminuir a participação feminina tanto no Judiciário quanto na composição de seu governo. As informações são da coluna de Carolina Brígido, no portal UOL.

De acordo com um levantamento feito pelo portal UOL, em cinco meses de seu terceiro mandato, Lula escolheu homens para 73% das vagas do Judiciário. Dos 33 juízes nomeados pelo petista em todo o país, 24 são homens e apenas nove mulheres. 

Além disso, Lula tem usado os ministérios ocupados por mulheres como moeda de troca nas negociações para poder contar com o apoio do centrão. O primeiro foi o do Turismo, ocupado por Daniela Carneiro, que foi demitida. Para o seu lugar, o presidente nomeou o deputado Celso Sabino (UB).

Outro ministério que deve ter o mesmo destino é o do Esporte, comandado por Ana Moser. A expectativa é que ela não seja substituída por outra mulher. A presidente da Caixa, Rita Serrano, também está próxima de deixar o cargo e dá lugar a um indicado pelo PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira.

De acordo com a publicação, aliados de Lula tentam minimizar o baixo número de mulheres no governo. Sem Daniela, o terceiro mandato do petista conta com 10 mulheres entre os 37 ministros. 

O cenário de baixa representatividade feminina se repete no Judiciário. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) conta com duas mulheres em um plenário de 11 cadeiras. No primeiro semestre, Ricardo Lewandowski se aposentou e foi substituído por Cristiano Zanin. Em outubro, será a vez de Rosa Weber se aposentar e as chances de uma mulher ocupar o cargo são cada vez menores. 

Segundo a colunista, aliados de Lula têm feito campanha para que ele indique uma mulher para o lugar de Rosa Weber, entre elas estão a desembargadora do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região Simone Schreiber, a ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Katia Arruda e as advogadas Carol Proner e Dora Cavalcanti.

Apesar disso, o presidente vem dando sinais de que deve indicar pessoas próximas e que já demonstraram ser de confiança. Entre eles estão o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas; o advogado-geral da União, Jorge Messias; e o ministro da Justiça, Flávio Dino, que conta com o apoio de alas da esquerda. 

Também não há a expectativa de uma mulher ser indicada para assumir a Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá uma mudança no comando prevista para setembro. O mais cotado para o cargo é o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco. Outro que vem sendo cogitado é o subprocurador-geral da República Antonio Carlos Bigonha. Augusto Aras também vem sendo cogitado para ser reconduzido ao cargo. 

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