Política

Jaques Wagner diz o que pensa sobre militares em Ministérios

Pedro França / Agência Senado
Senador escreveu texto que busca obrigar a passagem à reserva de militares que querem se candidatar em eleições  |   Bnews - Divulgação Pedro França / Agência Senado
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

[email protected]

Publicado em 24/10/2023, às 07h31 - Atualizado às 07h37


FacebookTwitterWhatsApp

O senador da república, Jaques Wagner (PT), abriu o jogo sobre a relação dos militares com a política. O líder do governo na 'Casa Alta' é o autor do texto que busca obrigar a passagem para a reserva de militares que querem se candidatar nas eleições. Pela regra atual, tudo vai depender da patente do militar. Esse quesito é o que define se ele poderá voltar à ativa.

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp

Já o relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça, o senador Jorge Kajaru (PSB) quer ampliar as exigências definidas pelo parlamentar baiano. Kajaru quer incluir uma exigência de que militares se afastem em definitivo do seu cargo. Contudo, para isso acontecer, os militares teriam que assumir um posto de ministro ou de secretário-executivo.

Apesar disso, o governo Lula (PT) está articulando para que a versão proposta por sua liderança prevaleça antes da votação. Em entrevistao ao Globo, Wagner afirmou que acha a restrição imposta pelo relator como prejudicial. De acordo com ele, assumir um ministério é diferente de uma candidatura, já que é algo que 'só depende' do militar.

Entendemos, em um debate feito a muitas mãos, que a questão do ministério é uma prerrogativa do presidente. É importante agir com razoabilidade nessa matéria", afirmou Wagner.

Por outro lado, Kajuru já apresentou a Wagner seus argumentos para incluir o veto de militares nos ministérios. O senador, inclusive, 'bateu no peito' e chamou a responsabilidade da decisão para si próprio.

Essa era a única discórdia, mas minha decisão está tomada e creio que temos votos, mesmo que algumas vozes eventualmente discordem", esclareceu Jorge Kajaru.

Apesar disso, o relator da PEC deve se reunir com o ministro da Defesa, José Múcio, antes de manifestar o seu relatório. Vale lembrar que essa PEC foi construida no Ministério da Defesa e contou com a participação de comandantes das Forças Armadas. O texto inicial também trazia a previsão de veto de militares no quesito eleitoral e aos cargos de ministros.

O temor do governo Lula é que esse bloqueio seja mal recebido pelos militares. Inclusive, a alteração do texto feito pelo Jaques Wagner foi um pedido do senador Otto Alencar (PSD). Apesar desse temor, o ministro da Defesa rechaçou algum problema e sinalizou para a existência de uma pacificação.

Não causa nenhum atrito, a ideia original da PEC já era vedar a participação em ministérios. Alguns senadores entenderam que, retirando isto, a tramitação seria mais fácil. Isso é parte da dinâmica do Parlamento", pontuou Múcio.

Assista ao Radar BNews da última segunda-feira (23):

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp