Política

Jaques Wagner se aproxima da oposição e cutuca Planalto; entenda

Marcos Oliveira / Agência Senado
Para evitar atritos, Jaques Wagner busca diálogo com senadores da oposição  |   Bnews - Divulgação Marcos Oliveira / Agência Senado
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

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Publicado em 17/03/2024, às 10h59


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Na sessão do Senado Federal realizada na última terça-feira (12) uma cena chamou a atenção de parlamentares e do público presente. O líder do governo Jaques Wagner (PT) passou vários minutos conversando privativamente com Sérgio Moro (UB). O assunto tratado foi a retirada de um artigo que proibia a comercialização de minério de ouro extraído de terras indígenas. Vale lembrar que Moro é conhecido por sua atuação como juiz na condenação do ex-presidente Lula em 2018.

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Após a conversa, Wagner conseguiu convencer o relator do projeto, Jorge Kajuru (PSB) a retirar o artigo do projeto sobre as regras para a venda e produção de ouro no país. Esse gesto demonstra um movimento do parlamentar baiano para tentar manter o diálogo na “Casa Alta” sem enfrentar tanta resistência para aprovar determinadas pautas encaminhadas pelo Palácio do Planalto.

Meu problema aqui é aprovar matéria. Então o resto não me interessa. Não vou subir na tribuna para marcar posição”, disse o baiano após ser questionado sobre sua lideramça no Senado.

Para Wagner, a habilidade de manter esse diálogo fluido com parlamentares de direita é fundamental para o sucesso dos projetos do governo. Apesar de se intitular "amigo de Lula há 45 anos", o senador não hesita em defender posições distintas das de Lula (PT). Um dos casos mais recentes foi o da comparação feita pelo presidente entre a ofensiva militar de Israel em Gaza e o Holocausto. Em momentos anteriores, Wagner também se posicionou favoravelmente ao fim da reeleição.

Uma das posturas de Jaques Wagner que mais incomodou o chefe do executivo brasileiro foi quando o baiano votou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF). À época, Lula demonstrou surpresa e desconforto com o fato de não ter sido consultado previamente sobre esse posicionamento. Por outro lado, Wagner rebateu dizendo que sua escolha foi para evitar censuras e evitar que o presidente seja um “cumplice” de suas decisões.

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