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Jean Wyllys dispara contra bolsonarismo e fala sobre possibilidade de integrar o governo Lula; confira

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Em Salvador, Jean Wyllys afirmou que, no momento, não tem vontade de se candidatar a nada  |   Bnews - Divulgação Edvaldo Sales / BNews
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por Edvaldo Sales

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Publicado em 19/07/2023, às 19h59 - Atualizado às 20h11


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O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) afirmou, em coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (19), na sede do PT Bahia, que o bolsonarismo “é uma expressão do fascismo”. Wyllys cumpre agenda em Salvador hoje e na próxima quinta-feira (20). Essa é a primeira vez que ele vem ao estado após o seu “exílio” na Espanha.

Em conversa com jornalistas, o ex-deputado afirmou que, no momento, não tem vontade de se candidatar a nada. “Eu não vou dizer que no futuro isso não vá mudar porque eu não gosto de fazer previsões. [...] Não tenho saudades de ser deputado ou de estar na Câmara [dos Deputados]. Agora, política eu vou seguir fazendo porque a minha existência é política. Eu tenho a minha existência politizada desde a minha infância. Eu sou um intelectual público, eu trabalho com os temas. Nesse sentindo, interesse político eu vou ter sempre, mas eleitoral não”, pontuou.

Wyllys falou também sobre a possibilidade de integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comentou a fala do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o qual revelou não saber ainda qual função o ex-deputado federal exercerá na pasta.

De acordo com Jean, o convite para integrar o governo partiu do presidente Lula e da primeira-dama Janja da Silva. "Ele [Lula] disse que queria que eu contribuísse com o governo a partir da expertise e do conhecimento que eu tenho. [...] No primeiro momento ele indicou que poderia ser a Secom, mas eu acho que o ministro Paulo Pimenta tem a equipe dele, o trabalho dele é ótimo, deve estar fazendo um bem enorme para o governo, ele deve pensar que em time que está ganhando não se mexe". Jean ressaltou ainda que não precisa estar no governo para contribuir com o governo.

Avaliação do governo Lula

Na mesma ocasião, o ex-deputado disse que Lula recupera o prestigio e o respeito da comunidade internacional em relação ao Brasil. "Isso já faz toda a diferença. "[...] Foram seis meses de muito acerto. Eu acho que as eventuais falhas naquilo que o Brasil não pôde avançar, depende menos do governo e depende muito mais do parlamento brasileiro, que é um parlamento ainda dominado por oligarquias interessadas em seus direitos privados e não nos interesses coletivos", disparou.

Bolsonarismo

Questionado sobre o fenômeno do bolsonarismo no Brasil, ele ressaltou que há pessoas que “votaram em [Jair] Bolsonaro porque foram manipuladas pela campanha de desinformação perpetrada pela extrema direita”.

“Elas foram arrastadas pela cultura digital, mas não tem discernimento dentro da cultura digital. Então, elas acreditaram em fake news, sobretudo as fake news que eram divulgadas em grupos fechados de WhatsApp. [...] Os grupos de WhatsApp isolam as pessoas da realidade, o algoritmo das redes sociais isola as pessoas. Esse é um problema seríssimo que eu acho que está na base do triunfo do bolsonarismo e faz com o bolsonarismo seja maior que Bolsonaro”, detalhou.

Wyllys concluiu:

A gente chama de bolsonarismo, mas a palavra já existia, que é fascismo. O bolsonarismo é uma expressão do fascismo. O fascismo da contemporaneidade tem recursos para a propaganda que não é mais a TV e o rádio, ou seja, os meios de massa, agora nós temos uma massa de meios que é oferecida pelas mídias sociais. Cada pessoa virou uma televisão. Cada pessoa virou uma rádio".

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