Política

João Roma diz que irmão de Bolsonaro atuou para destravar verba para município

Agência Brasil
Irmão de Bolsonaro é chefe de gabinete da prefeitura local, beneficiada com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 08/01/2022, às 07h16   Redação


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O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA), confirmou que foi procurado por Renato Bolsonaro, irmão do presidente Jair Bolsonaro, para tratar da liberação de recursos para Miracatu, município localizado a 137 quilômetros da capital de São Paulo.

Renato Bolsonaro é chefe de gabinete da prefeitura local, beneficiada com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União no final de 2021, conforme o jornal O Globo. Desse valor, R$ 9,5 milhões saíram da pasta comandada por João Roma.

"Ele é irmão do presidente, circulou (nas outras pastas) e, talvez até pelo jeito dele, suave, todo mundo tem vontade de ajudar o cara. Dá vontade de ajudar. Mas (ele) não é aquela pessoa que fica vendendo prestígio. Não é dessas criaturas que a gente vê em Brasília a vida toda", disse Roma, em entrevista ao jornal O Globo.

O encontro entre Roma e Renato Bolsonaro, que selou o envio dos recursos para Miracatu, aconteceu no fim do ano passado no Palácio do Planalto. "Eu estive com ele em novembro, e ele comentou comigo que tinha uma ação lá no município. Encontrei com ele duas vezes, já. Em uma delas, lá no Planalto. Ele comentou: ‘Ministro, tem uma obra de uma quadra lá no município’. Tinha algum imbróglio burocrático, que obstruía", pontuou.

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Questionado se não vê conflitos de interesse em “ajudar” o irmão do presidente, já que a prefeitos do país não tem sequer acesso a ministros de estado, João Roma se defendeu: "Sinceramente, não vejo não. Ele é irmão do presidente, mas ele tem legitimidade, trabalha lá no município. A função dele é essa mesmo. Se ele tivesse um escritório de lobby, aí havia um grande conflito de interesse. O ruim são as coisas nebulosas, as coisas escondidas. O cara não é uma eminência parda".

O ministro afirmou, ainda, que não houve pedido do presidente da República para que os recursos fossem liberados. "O presidente nunca me pediu nada, nem sabia disso", completou.

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