Política

"Kids Pretos" do Exército teriam participado de trama para prender Alexandre de Moraes

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"Kids pretos" é o nome dado aos oficias do exército que integram as Forças Especiais  |   Bnews - Divulgação Divulgação | Exército Brasileiro
Davi Lemos

por Davi Lemos

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Publicado em 10/11/2024, às 08h35



A Polícia Federal afirma ter provas desde fevereiro deste ano conseguidas no âmbito da operação Tempus Veritatis de que o grupo de militares do Exército Brasileiro conhecido como “Kids Pretos” teria criado um plano para uma emboscada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O magistrado teria sido minuciosamente monitorado pelo grupo em um plano que integraria parte dos preparativos para a suposta tentativa de golpe de estado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Segundo a coluna da jornalista Juliana Dal Piva, duas fontes próximas à investigação informaram que esses novos dados foram arrecadados em computadores e celulares apreendidos durante as ações. O general Mário Fernandes, chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência durante a gestão Bolsonaro seria um dos envolvidos; a defesa dele, entretanto, não se pronunciou ao ser procurado pelo colunista.

O portal UOL publicou na sexta-feira (8) que os Kids Pretos, segundo a Polícia Federal, chegaram a fazer levantamento dos nomes, das rotinas e até do armamento usado pelos integrantes das equipes de segurança do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes.

Os “kids pretos” – que receberam o apelido por utilizarem gorros pretos em operações – são caracterizados como especialistas em guerra não convencional, reconhecimento especial, operações contra forças irregulares e contraterrorismo.

Os “kids pretos” podem passar pelos treinamentos intensivos em três lugares diferentes: Comando de Operações Especiais, em Goiânia – onde, em 2022, Mauro Cid foi nomeado para comandar o 1° Batalhão de Operações Especiais –, no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói, no Rio, ou podem completar a formação em Manaus, na 3ª Companhia de Forças Especiais.

Segundo o Centro de Instrução de Operações Especiais, o programa existe desde 1957 e foi inspirado no curso “Ranger”, com destaque para o Batalhão de “Special Forces”, a principal unidade de infantaria leve e força de operações especiais dentro do Comando de Operações Especiais do Exército dos Estados Unidos.

Ainda segundo Juliana Dal Piva, investigadores descobriram uma reunião dos kids pretos em novembro de 2022, em Brasília. Os detalhes do plano foram encontrados em mensagens recuperadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que fez colaboração premiada com a PF. O ex-chefe da Agência Brasileiras de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e o general Nilton Rodrigues prestaram depoimento no inquérito nesta semana.

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