Política

Lula reverte voto de Bolsonaro e ONU toma atitude polêmica

Presidente Lula - Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
A resolução foi aprovada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU  |   Bnews - Divulgação Presidente Lula - Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Publicado em 05/04/2024, às 09h25   Rebeca Silva


FacebookTwitterWhatsApp

Em meio aos conflitos diplomáticos, o presidente Lula (PT) decidiu reverter o voto de Jair Bolsonaro (PL) sobre o fornecimento de armas e tecnologia para Israel. A resolução responsabiliza Israel por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, condena o uso da fome como arma de guerra e demanda que Israel "cumpra sua responsabilidade legal de evitar o genocídio".

Ela também pede um cessar-fogo imediato, o fim da ocupação de terras palestinas, o fim do bloqueio sobre Gaza, a abertura da região para assistência humanitária e que o Tribunal Penal Internacional investigue os crimes.

A resolução, que contou com o apoio de 28 países, foi aprovada com seis votos contra e 13 abstenções. Argentina, Paraguai, EUA e Alemanha votaram ao lado de Israel, que se mostrou "surpreso" com o voto favorável de alguns países europeus, como Finlândia e Bélgica.

O Brasil, em sua primeira participação como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU no governo Lula, apoiou a resolução e até patrocinou duas das quatro resoluções que serão submetidas ao voto na ONU. Esta atitude pode aumentar a tensão entre o governo brasileiro e o de Israel.

Durante a reunião, o embaixador do Brasil na ONU, Tovar Nunes da Silva, condenou os ataques terroristas feitos pelo Hamas e criticou a resposta de Israel, que resultou em um grande número de mortes, principalmente de mulheres e crianças, além de causar fome e destruição da infraestrutura civil.

O embaixador também pediu que Israel cumpra as determinações da Corte Internacional de Justiça, que alertou para o risco de genocídio.

O Brasil retomou sua postura tradicional de apoiar resoluções na ONU em apoio aos palestinos, revertendo a postura adotada durante o governo de Jair Bolsonaro.

A resolução foi apresentada pelo Paquistão em nome de 55 países da Organização de Cooperação Islâmica e pede que os governos cessem a venda e transferência de armas, munições e outros equipamentos militares para Israel.

Embora Israel tradicionalmente ignore as resoluções da ONU e não existam meios de garantir sua implementação, a aprovação coloca uma pressão ainda maior sobre o governo de Benjamin Netanyahu.

Além do texto que cita o apelo para que a comunidade internacional não forneça armas para Israel, três outras resoluções serão votadas ainda nesta sexta-feira na ONU, incluindo uma que se refere à ocupação de terras palestinas e outra que defende a autodeterminação do povo palestino e o direito ao Estado independente da Palestina.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp