Política

Marina Silva cresce em popularidade digital após perda de poder; Dino segue líder

Valter Campanato/Agência Brasil
Marina perdeu sistemas nacionais de informações sobre resíduos sólidos, saneamento básico e recursos hídricos  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato/Agência Brasil

Publicado em 15/06/2023, às 16h36   Matheus Tupina// Folhapress


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Em meio à desidratação do Ministério do Meio Ambiente na medida provisória de reestruturação da Esplanada dos Ministérios, a titular da pasta, Marina Silva (Rede), ganhou popularidade digital e alcançou o terceiro lugar entre os ministros do governo Lula (PT).

Os dados são do IPD (Índice de Popularidade Digital), que varia de 0 a 100 e é analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado por meio de algoritmo que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google.

Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública, manteve-se em primeiro lugar entre os integrantes da Esplanada dos Ministérios, ainda na esteira de embates com opositores. Ele ultrapassou Fernando Haddad (PT), da Fazenda, em abril. O petista continua na vice-liderança, com 72,52 pontos.
Marina iniciou sua gestão à frente do Meio Ambiente em quarta em termos de relevância nas redes, subindo ao terceiro lugar em fevereiro. Perdeu protagonismo a partir de março, oscilando entre o quinto e o quarto lugares. Em junho, voltou ao pódio, com nota final de 45,89, aumento de quase 8 pontos em relação a maio.

A movimentação no desempenho virtual coincide com o trâmite da MP dos Ministérios, que reorganizou as estruturas do governo federal após a posse de Lula e gerou tensão entre o Planalto e a Câmara dos Deputados.

O relator da medida provisória e líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr., empoderou pastas comandadas pelo centrão e transferiu competências originalmente distribuídas aos ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e dos Povos Indígenas para outros órgãos.

Marina perdeu sistemas nacionais de informações sobre resíduos sólidos, saneamento básico e recursos hídricos, além da ANA (Agência Nacional de Águas) e do CAR (Cadastro Ambiental Rural), instrumento considerado importante por gerenciar a fiscalização de crimes ambientais em propriedades rurais.

O caso repercutiu, especialmente pelo aval dado por Lula ao esvaziamento do Meio Ambiente em detrimento da Casa Civil, que o petista decidiu blindar. A ministra, que já passou pelo cargo nos mandatos anteriores de Lula, disse que credibilidade não basta para recuperar a imagem brasileira na pauta ambiental.

"O mundo vai olhar para o arcabouço legal e ver que a estrutura do governo não é a que ganhou as eleições, é a estrutura do governo que perdeu. Isso vai fechar todas as nossas portas", disse ela na Comissão de Meio Ambiente da Câmara em 24 de maio.

Já Dino manteve-se na ponta em popularidade digital com novas contendas envolvendo parlamentares de oposição. O caso mais emblemático e que se arrasta até hoje é com o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Em 9 de maio, o titular da Justiça disse que do Val pode ser da Swat, grupo tático especial da polícia americana, mas que ele é dos vingadores. O termo alude a super-heróis do Universo Cinematográfico da Marvel.

"Não precisa de o senhor ir para a porta do Ministério da Justiça fazer vídeo de internet. Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece o Capitão América? Homem-Aranha? Então é assim que a gente faz o debate democrático", disse.

Quase um mês após a afirmação, em 2 de junho, do Val fez uma publicação no Twitter com uma foto sua de sunga, ao lado de uma foto de Dino, também com o traje de banho. Sobre a imagem, a legenda:

"Cada um usa a arma que tem!". O tuíte viralizou e gerou ampla repercussão entre os internautas.
Mais recentemente, o ministro voltou às redes após se pronunciar sobre medidas a serem tomadas em caso de Roger Waters, cofundador do Pink Floyd, utilizar símbolos nazistas em apresentações no Brasil -a turnê do cantor deve passar por cinco cidades do país.

Entre outros destaques, estão Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), que apesar de perderem popularidade em termos absolutos, mantiveram-se no topo da classificação, em segundo e quarto lugar (63,72 e 45,89), respectivamente.

Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, manteve desempenho virtual estável após queda em abril, mantendo-se em quinto lugar, com 40,23 pontos.

A pauta econômica tem tomado prevalência no governo, com a aprovação de medidas já validadas pelo Legislativo e Judiciário que podem render ao menos R$ 130 bilhões aos cofres públicos, além da avalização do novo arcabouço fiscal, e o programa de incentivo a carros populares, anunciado no fim de maio.

Para a nota final, são consideradas cinco dimensões, como a fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

Cada dimensão é ponderada por um modelo assimilado pela máquina a partir dos resultados reais de eleições passadas, com milhares de candidaturas monitoradas pela empresa.

Classificação Indicativa: Livre

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