Política

Mauro Cid diz que Bolsonaro queria esconder alvos da PF no Alvorada; saiba detalhes

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Segundo Cid, Bolsonaro chegou a determinar que Oswaldo Eustáquio ficasse escondido na sua residência oficial  |   Bnews - Divulgação Reprodução/redes sociais
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 31/10/2023, às 06h55


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O tenente-coronel Mauro Cid afirmou em depoimento de delação premiada que o então presidente da República Jair Bolsonaro queria esconder no Palácio da Alvorada alvos investigados pela Polícia Federal por ataques às instituições democráticas, para impedir que fossem presos. Um deles foi o influencer bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que fugiu para o Paraguai. As informações são do portal Uol.

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De acordo com Cid, Bolsonaro chegou a determinar que Eustáquio, alvo dos inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ficasse escondido na sua residência oficial, para evitar que fosse preso.

Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro também discutiu tomar a mesma iniciativa em relação ao youtuber Bismark Fugazza.As informações foram confirmadas ao UOL por três fontes que acompanharam a delação de Cid.

Em dezembro, Eustáquio chegou a ser recebido no Palácio da Alvorada por Bolsonaro. Um vídeo do jornalista entrando na residência oficial no dia 12 de dezembro circulou nas redes sociais, mas ele negou que a intenção fosse se refugiar lá por causa de uma eventual ordem de prisão.

Segundo o depoimento, foi o próprio Cid quem dissuadiu Bolsonaro da ideia, sob o argumento de que isso poderia lhe acarretar problemas sérios perante o STF.

O tenente-coronel diz que Bolsonaro autorizou um carro oficial a transportar Eustáquio para outro lugar, para tentar impedir que seu paradeiro fosse rastreado por investigadores.

Eustáquio e Fugazza foram alvos de ordens de prisão expedidas no fim de dezembro pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Eles fugiram para o Paraguai para tentar escapar das autoridades brasileiras. Fugazza foi preso pela polícia paraguaia, mas Eustáquio entrou com um pedido de refúgio e escapou da ordem de prisão.

O ex-ajudante de ordens da Presidência também traçou aos investigadores um panorama da relação de Bolsonaro com militantes radicais, que incentivaram a ruptura com as instituições democráticas, e a atuação do chamada Gabinete do Ódio, grupo de assessores do Palácio do Planalto responsáveis por promover ataques às autoridades públicas e instituições nas redes sociais.

A delação premiada de Mauro Cid foi assinada com a Polícia Federal e homologada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes no início de setembro. Cid estava preso desde maio, por suspeitas de fraudes em certificados de vacina, e foi solto após a homologação do acordo.

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