Política

Michelle Bolsonaro faz declaração polêmica sobre mulheres na política; veja o que ela disse

Michelle Bolsonaro - Zack Stencil / PL
Esta não é a primeira vez que Michelle faz declaração controversa sobre o assunto  |   Bnews - Divulgação Michelle Bolsonaro - Zack Stencil / PL

Publicado em 15/04/2024, às 07h24   Rebeca Silva


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A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fez novamente uma declaração controversa durante um evento do PL Mulher em Macapá, onde ela atuou como presidente. Michelle expressou sua oposição à política de cotas para mulheres na política, argumentando que as posições devem ser conquistadas com base no mérito.   

Michelle afirmou: "Não queremos mulheres por cotas, mas por protagonismo. Queremos mulheres que tenham propósito e uma causa para lutar".

Esta não é a primeira vez que ela expressa opiniões semelhantes. Em maio de 2023, durante um evento do PL Mulher na Assembleia Legislativa de São Paulo, ela expressou o desejo de "erradicar a cota dos 30%" para mulheres na política.

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Depois de perceber o impacto negativo da fala, Michelle gravou um vídeo esclarecendo sua posição e prestando seu apoio às cotas que visam aumentar a representação feminina na política.

A História das Cotas Femininas na Política

As cotas para mulheres na política foram introduzidas no Brasil em 1995 para eleições municipais. A Lei 9.100/1995 estipulou que pelo menos 20% das candidaturas para o cargo de vereador deveriam ser preenchidas por mulheres. Em 1997, a Lei 9504 expandiu essa reserva para 30% das vagas para candidatas femininas em eleições gerais.    

As declarações de Michelle Bolsonaro são vistas por muitos como um retrocesso na luta pela igualdade de gênero na política e um ataque à busca por representação feminina.

Comparação Internacional

De acordo com o Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA Internacional), a cota de candidaturas femininas é a norma na maioria dos países. Apenas 28 dos 131 países estudados têm um número mínimo de assentos reservados para mulheres, enquanto 69 países estabelecem cotas para candidaturas femininas.

No Brasil, a luta pelo direito ao voto feminino começou em 24 de fevereiro de 1932, após um longo processo de resistência liderado por nomes notáveis como Nísia Floresta e Bertha Lutz. Apesar dos avanços, a jornada para a participação feminina na política ainda é cheia de desafios.    

Representação Feminina no Congresso Brasileiro

Mesmo com um aumento na representação feminina no Congresso brasileiro em 2022, os números ainda estão abaixo da média mundial. De acordo com a União Interparlamentar, o Brasil tem uma taxa de representação feminina na Câmara dos Deputados de 17,7% e no Senado de 16%, em comparação com a média mundial de 25%.

Uma pesquisa do Ministério Público Federal em 2022 revelou que a violência política contra mulheres aumentou 151% durante as campanhas eleitorais femininas. Os ataques contra cotas por parte de figuras públicas como Michelle Bolsonaro servem apenas para intensificar a luta pela representação feminina na política.

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