Política

Ministra alerta sobre número de crianças yanomamis mortas: “pode ser maior”

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Pelo menos 570 crianças yanomamis morreram nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Agência Brasil
Daniela Pereira

por Daniela Pereira

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Publicado em 22/01/2023, às 07h48



As imagens de crianças yanomamis com desnutrição grave chocaram o mundo inteiro. Pelo menos 570 crianças yanomamis morreram nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Neste sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, visitaram Roraima para verificar a situação dos indígenas. O Ministério da Saúde declarou estado de emergência de saúde pública no território Yanomami para enfrentar à desassistência sanitária das populações. Ao menos oito crianças Yanomami em estado grave foram resgatadas desde a última segunda-feira (16) por técnicos da pasta.

Em entrevista ao colunista Chico Ales do Uol, a ministra disse que o número de crianças mortas pode ser ainda maior. "Temos indicações de que está subnotificado, porque não se tem uma precisão de quantas pessoas realmente morreram", disse ela à coluna. "A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) acabava não fazendo esse mapeamento por falta de interesse, por falta de compromisso".

Durante discurso, o petista lamentou a situação dos indígenas e responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Sinceramente, o presidente que deixou a Presidência esses dias, se ao invés de fazer tanta ‘motociata’, tivesse vergonha e tivesse vindo aqui uma vez, esse povo não estaria abandonado como está”.

“Se alguém me contasse que aqui em Roraima tinha gente sendo tratada de forma desumana como vi o povo Yanomami sendo tratado, eu não acreditaria. Tive acesso a umas fotos dessa semana, não podemos deixar nossos indígenas abandonados como estão”, lamentou.

Lula também criticou o garimpo ilegal na região. "Nós vamos levar muito a sério essa história de acabar com qusalquer garimpo ilegal. E mesmo que seja uma terra que tenha autorização da Agência para fazer pesquisa, ele fará pesquisa sem destruir a água, a floresta e sem colocar em risco a vida das pessoas. Então é importante as pessoas saberam que esse país mudou de Governo e o Governo agora vai agir com seriedade no tratamento do povo que esse país tinha esquecido", disse.

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