Política

Ministro de Lula libera verba para obras com suspeitas de irregularidades

Cléverson Oliveira/Mcom
Dos R$ 7 milhões liberados pela pasta, R$ 5 milhões foram usados para asfaltar uma estrada que passa por oito fazendas do ministro e sua família  |   Bnews - Divulgação Cléverson Oliveira/Mcom
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 01/11/2023, às 10h21


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O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (UB), liberou uma emenda do orçamento de sua pasta para bancar uma obra suspeita de irregularidades na cidade de Vitorino Freire (MA), administrada pela irmã do ministro e prefeita, Luanna Rezende (UB). A informação é do jornal O Estado de São Paulo.

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De acordo com a publicação, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) constatou a irregularidade em março após a realização de uma auditoria. Entre os pontos observados estão asfalto mal feito, ruas esburacadas, rachaduras e falta de sinalização nas ruas que deveriam ser pavimentadas.

A emenda para custear as obras foi apresentada através do orçamento secreto, em 2020, quando Juscelino Filho ainda era deputado federal, e está avaliada em R$ 7 milhões. Deste total, R$ 5 milhões teriam sido utilizados para asfaltar uma estrada que passa em frente a oito fazendas que pertencem ao ministro e sua família. O restante foi usado para pavimentar outras ruas da cidade.

A auditoria realizada pela Codevasf não identificou problemas nas obras da estrada que leva até as fazendas de Juscelino. Em fotos feitas pela fiscalização, é possível observar ruas esburacadas e a falta de pavimentação em vários trechos. O asfalto foi orçado em R$ 5,2 milhões.

Após identificar as irregularidades e detectar que apenas 24,87% das obras foram concluídas, a Codevasf suspendeu o repasse dos recursos em setembro. O governo federal já havia desembolsado R$ 1,5 milhão para as obras.

Ao Estadão, a Codevasf disse que determinou a realização de uma auditoria especial no projeto. Já o ministro nega qualquer responsabilidade sobre a execução das obras na cidade. Ele afirma ainda que "é leviano responsabilizá-lo pela atuação de terceiros, bem como por contratos e convênios celebrados com órgãos da administração pública". Já a prefeitura de Vitorino Freire não se pronunciou.

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