Política

"Não ousem brincar com o nome de Marielle Franco e sua memória", diz deputada ao rebater bolsonarista

Câmara dos Deputados - Marcelo Camargo / Agência Brasil
Nesta quarta-feira, os parlamentares se reuniram na CCJ para discutir a prisão do suposto mandante do assassinato de Marielle Franco  |   Bnews - Divulgação Câmara dos Deputados - Marcelo Camargo / Agência Brasil

Publicado em 11/04/2024, às 10h03   Rebeca Silva


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A deputada Erika Hilton, líder do PSOL na Câmara, expressou sua insatisfação com a postura de parlamentares da oposição, especialmente da ala bolsonarista, que defendem a revogação da prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

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Nesta quarta-feira (10), os parlamentares se reuniram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para discutir a prisão do deputado, que ocorreu em 24 de março. O caso seria analisado na primeira sessão após a operação da Polícia Federal, mas um pedido de vista atrasou o processo.

Parlamentares da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e alguns membros do Centrão alegam que a prisão preventiva de Brazão é ilegal, uma vez que a imunidade parlamentar só permitiria a medida para crimes inafiançáveis. O deputado carioca foi preso por obstrução à Justiça.

Erika Hilton afirmou que nenhum malabarismo retórico será capaz de encobrir o que os órgãos judiciais brasileiros têm colocado em pauta e que precisa ser decidido pela Câmara. Ela rejeitou comparações entre Chiquinho Brazão e a ex-deputada Flordelis, condenada pela morte do marido.


“Nenhum malabarismo retórico será capaz de acobertar aquilo que o Judiciário brasileiro, a Polícia Federal, a PGR (Procuradoria Geral da República), a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vem colocando e precisa ser decidido por esta Casa. Não adianta tentar trazer outros casos para colocar em comparação”, disse Erika Hilton.


A deputada destacou que Brazão é um político poderoso, com influência na política e no Judiciário, envolvido com as milícias do Rio de Janeiro e diretamente ligado a um crime sem resposta há seis anos. Ela frisou que o Parlamento brasileiro não pode encobri-lo e passar a mensagem de que o crime compensa.

“Estamos falando de um deputado poderoso, com fortes influências na política, no Judiciário, envolvido com as milícias do Rio de Janeiro, e que está diretamente envolvido com um crime sem resposta há seis anos. Não é possível que o Parlamento brasileiro se comporte a encobrir [o deputado] e traga para si esse constrangimento, passando a resposta de que o crime compensa”, frisou.

Deputados da oposição também alegaram arbitrariedade por parte do STF e expressaram preocupação de que a imunidade parlamentar seja enfraquecida pela Corte. Carlos Jordy, ex-líder dos opositores, afirmou que seus colegas favoráveis à prisão de Brazão estão fazendo um "contorcionismo jurídico".

A prisão de Chiquinho Brazão precisa ser ratificada pela maioria absoluta da Câmara, ou seja, 257 deputados. A defesa do parlamentar argumenta que a prisão é ilegal, pois não consta no inquérito da Polícia Federal o auto de flagrante delito.

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