Política

Nota técnica da Saúde mobiliza bolsonarismo nas redes sociais; saiba detalhes

Agência Brasil
Documento da Saúde foi suspenso, mas o bolsonarismo propagou desinformações nas redes sociais  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

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Publicado em 01/03/2024, às 08h40 - Atualizado às 08h45


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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, alvo de críticas da oposição, suspendeu uma nota técnica que derrubou prazo para a realização do aborto legal no Brasil. O ato aconteceu nesta quinta-feira (29). Apesar disso, mesmo sem validade, bolsonaristas "atacaram" a situação e tentaram, por meio de "Fake News", ligar o presidente Lula (PT) à agenda pró-aborto. Por outro lado, o Ministério da Saúde usa as redes sociais para minimizar o problema tentando combater a desinformação.

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O discurso adotado pelos bolsonaristas, que são contrários à medida, seguiu uma linha de classificação como "agenda da morte" e uma decisão "animalesca". Esse caminho foi adotado e iniciado por parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles teriam iniciado a disseminação da desinformação sobre a nota técnica. O detalhe é que o documento, não tinha passado pela avaliação final de Trindade e suspendia a normativa publicada durante o governo do ex-presidente Bolsonaro. À época, a norma previa o aborto legal até 21 semanas de gestação.

Nas redes sociais, o deputado federal Hélio Lopes (PL) se referiu à medida como um "assassinato de bebês".  Ele retomou o discurso contra o aborto e a favor da vida, defendido por bolsonaristas. Na mesma publicação, o parlamentar não explica que essa medida é restrita aos casos legais previstos em lei.

O governo publicou nesta quarta-feira uma nota técnica liberando o aborto. Aborto não, o assassinato de bebê no ventre da mãe, até nove meses. O que está dizendo a nota técnica: "Pode abortar à vontade", afirmou o deputado bolsonarista.

Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde durante a gestão de Bolsonaro também se manifestou sobre o caso. Em uma publicação nas redes sociais, ele falou que Nísia Trindade seria a "ministra das pautas identitárias" revogou a medida que "abria a porta legalização (sic) do aborto no Brasil".

Após a suspensão da nota técnica, Queiroga alfinetou o governo Lula e àqueles que são a favor do aborto. Segundo ele, durante a gestão de Bolsonaro, os defensores do aborto "não tinham vida fácil".

Além das manifestações nas redes sociais, parlamentares bolsonaristas foram além. Alguns deles, como a deputada bolsonarista Julia Zanatta (PL), se mobilizaram para se derrubar a medida no Congresso Nacional

Lutando contra a desinformação sobre a validade da nota, o perfil oficial do Ministério da Saúde respondeu a bolsonaristas. A pasta afirmou que tudo isso se trata de um conteúdo falso. A publicação, incluisive, inclui um link direcionado para o posicionamento comparitlhado nos canais oficias do governo federal.

Essa informação é falsa. O documento está suspenso. Ele não passou por todas as esferas necessárias do Ministério da Saúde e nem pela consultoria jurídica da Pasta. Saiba mais: https://x.gd/NmbA6", afirma a pasta, em resposta a postagens bolsonaristas que espalham fake news sobre o caso.

Pode ou não pode?

De acordo com a legislação brasileira, o aborto só pode ser realizado em três casos: estupro, anencefalia do feto ou gravidez que coloque a vida de mulher em risco. Vale lembrar que a nota técnica em questão previa a revogação de uma restrição aplicada durante a gestão Bolsonaro. Essa restrição fixava em 21 semanas e seis dias o período de gestação limite para realizar a interrupção da gravidez nos casos previstos em lei.

Assista ao Radar BNews da última quinta-feira (29):

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