Política

Os bastidores da reunião de Jerônimo Rodrigues com parlamentares aliados

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Reunião contou com presença maciça de deputados estaduais, federais e senadores  |   Bnews - Divulgação Foto: Adriel Francisco/ Divulgação

Publicado em 06/11/2022, às 16h16   Thiago Conceição e Vinícius Dias


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Uma reunião em pleno domingo (6) tem toda a cara de ação de emergência. A notícia de que Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia eleito há uma semana, juntou deputados e deputadas estaduais, federais, senadores e membros da equipe de transição na Agência de Fomento do Estado da Bahia, a Desenbahia, em Salvador, chamou atenção.

Oficialmente, em uma nota genérica, foi declarado que houve discussão de projetos prioritários para a Bahia a partir de 2023. Mas o que seriam esses projetos? E o que mais foi falado na reunião? O BNews foi atrás de respostas.

Senador reeleito pelo estado, Otto Alencar (PSD) disse que a pauta orçamentária com a bancada foi um dos temas principais do encontro

“A gente reuniu a bancada de deputados federais para começar a discutir o Orçamento Geral da União. São R$ 200 milhões e pouco para a emenda de bancada. E a gente começa a estabelecer prioridades. A gente tem o Anel de Contorno de Feira de Santana, o Canal do Sertão Baiano”, disse Otto Alencar.

Não ficou por aí. Reservadamente, pessoas que estiveram no encontro afirmaram que houve discussões e avaliações sobre a campanha eleitoral. Mesmo com a vitória, há um entendimento de que é necessário avaliar os erros e acertos de tudo que aconteceu.

Ao longo da pré-campanha, houve muita discussão sobre a maneira como a chapa foi construída, com uma série de idas e vindas. Inicialmente, a ideia era de que Jaques Wagner (PT), senador da República, deixasse o cargo para tentar o Governo da Bahia pela terceira vez. Wagner abriu mão após ser anunciado como pré-candidato e iniciou-se uma série de especulações, que passaram até pela possibilidade de Otto abrir mão da candidatura ao Senado para ser o nome da chapa ao Governo. 

Nesse arranjo, o governador Rui Costa (PT) renunciaria para que João Leão (PP), vice-governador atual, gerisse a Bahia por noves meses. Rui iria tentar o Senado. Não aconteceu e foi o estopim para o rompimento do PP com o PT. Os progressistas acabaram derrotados junto a ACM Neto (União Brasil), nome que apoiaram no pleito.

Todo esse desgaste levantou a hipótese de que é necessário que o PT faça uma melhor sucessão. Jerônimo Rodrigues assume em janeiro de 2023 e pode tentar uma reeleição em 2026. Um dos erros em que se deve avaliar é como criar novos nomes sem tanta turbulência na base.

Ainda segundo as fontes escutadas pelo BNews, não houve, nesta reunião, discussões sobre indicações ministeriais a nível nacional ou mesmo em relação ao secretariado de Jerônimo. Rui Costa é um nome cotado para assumir um ministério dentro do governo Lula. Após o final do mandato, ele fica sem cargo eletivo.

Estiveram presentes os deputados federais Valmir Assunção, Lídice da Mata, Zé Neto, Afonso Florence, Jorge Sola, Daniel Almeida, Alice Portugal, Josias Gomes, Antônio Brito, Uldurico Jr, Joseildo Ramos e Paulo Magalhães.

Também participaram da reunião Adolpho Loyola, assistente especial do Quadro Especial da Casa Civil, e Luiz Caetano, secretário de Relações Institucionais (Serin), que integram o grupo de transição de Governo, conforme decreto do último dia 4 no Diário Oficial do Estado.

Classificação Indicativa: Livre

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