Política

Pesquisa da Quaest diz que 78% não acreditam que Bolsonaro influenciou no recuo das tropas russas na fronteira com a Ucrânia

Agência Brasil
Notícia falsa circulou na internet durante a visita do presidente brasileiro à Rússia  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 23/02/2022, às 11h01   Redação


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Durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia, se levantou, nas redes sociais a influência da presença do executivo para o recuo das tropas russas na fronteira com a Ucrânia. Segundo dados da pesquisa solicitada pela CNN a empresa Quaest, 22% das pessoas que interagiram nas redes sociais acreditam que o recuo das tropas foi influência do presidente brasileiro. Para 78%, Bolsonaro não foi o responsável.

A falsa notícia começou a partir de uma publicação da chegada de Bolsonaro a Rússia, na última terça-feira (15), em que numa mesma postagem feita pela CNN havia a informação do recuo de Putin. Na mesma postagem, o presidente diz já estar em espaço aéreo russo.

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Logo em seguida, o ex-ministro Ricardo Salles usou uma montagem que atribui à CNN a informação de que o presidente Jair Bolsonaro evitou “a 3ª Guerra Mundial”. Na postagem fake compartilhada também por grupos bolsonaristas, a frase mentirosa entra como suposta causa do recuo a uma invasão da Rússia a Ucrânia. A CNN desmentiu a notícia e foi atacada por grupos bolsonaristas e membros do governo.

No mesmo dia em que chegou à capital Moscou, durante entrevista coletiva, o presidente comentou sobre o anúncio da decisão de Putin de recuar suas tropas. “Mantivemos a nossa agenda. Por coincidência, ou não, parte das tropas deixaram a fronteira e, pelo o que tudo indica, uma grande sinalização de que o caminho da solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia.”, disse.
Ainda segundo a reportagem da CNN, na quinta (17), após encontro de Bolsonaro com o presidente da Hungria, János Áder,  o presidente brasileiro comentou sobre o suposto recuo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. “O sentimento que tive nessa viagem, até mesmo pela coincidência de ainda estarmos em voo para Moscou e parte das tropas russas serem desmobilizadas da fronteira.”, disse. Procurada pela emissora, a embaixada russa no Brasil não quis comentar.

O presidente Jair Bolsonaro é sempre um nome muito comentado nas redes sociais. Apenas na última semana, foram mais de 1,5 milhão de menções ao presidente. A viagem presidencial à Rússia foi um dos temas de destaque, tendo mais de 297 mil menções e 95 mil autores únicos falando sobre o assunto.

A viagem internacional de Bolsonaro foi realizada durante um momento delicado na região: a Rússia estava sendo acusada por países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de se organizar para atacar a Ucrânia; o país negou as intenções, mas exigiu dos Estados Unidos e aliados que limitassem as atuações militares em conjunto com os ucranianos.

Segundo o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, o monitoramento das redes mostrou que a ideia de que foi Bolsonaro quem apaziguou a situação na fronteira se espalhou na bolha bolsonarista.

“O percentual de pessoas comentando o assunto e que defendem essa ideia é similar ao percentual de avaliação positiva que o presidente tem hoje nas pesquisas de opinião publicadas atualmente. O que sugere que a mesma proporção de eleitores que gostam do governo é similar também à proporção de usuários que defendem o presidente na internet.”, explica.

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