Política
Publicado em 21/11/2024, às 11h06 Cadastrado por Daniel Serrano
O Palácio do Planalto acredita que a operação da Polícia Federal (PF) contra militares suspeitos de planejarem assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes poderá ter duas consequências para o Jair Bolsonaro. A informação é da coluna de Paulo Cappelli, no site Metrópoles.
De acordo com a publicação, a primeira consequência da operação que desarticulou o plano para assassinar Lula e dar um golpe de estado pode deixar Bolsonaro ainda mais isolado na direita. O entendimento é de que governadores de direita, como Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Jr. (PSD-PR), não estariam dispostos a arriscar seu capital político para defender o ex-presidente.
Tanto Caiado quanto Ratinho são cotados para disputar a Presidência em 2026. O Planalto avalia que eles não se arriscariam a ser pegos no fogo cruzado entre o ex-presidente e o Supremo Tribunal Federal.
Somado a isso, Bolsonaro soma atritos com representantes da direita ao longo da eleição municipal deste ano. O ex-presidente colecionou brigas com Caiado por terem apoiado candidatos diferentes em Goiânia. Já em Curitiba, Bolsonaro firmou acordo para apoiar o candidato de Ratinho Jr, mas fez acenos à sua adversária. Em ambos os casos, os governadores elegeram seus aliados nas capitais.
A segunda consequência apontada pelo Planalto é uma dificuldade ainda maior do ex-presidente em seguir com um discurso internacional favorável à anistia aos condenados por participarem dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, já que a operação da PF dominou o noticiário em meio à reunião do G-20 no Rio de Janeiro.
Aliados de Bolsonaro acreditavam que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos poderia facilitar uma movimentação internacional do ex-presidente. No entanto, na semana da operação, Lula teve 11 reuniões bilaterais com chefes de Estado. Além disso, interlocutores disseram que a ação foi assunto entre as autoridades nos bastidores do G20.
Operação Contragolpe
De acordo com a Polícia Federal (PF), o plano para matar Moraes, Lula e Alckmin contou com a participação de militares ligados a Bolsonaro, entre eles, o general Mario Fernandes. O militar foi preso na última terça-feira (19) e comandou a Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro.
Além disso, Polícia Federal revelou que o plano foi debatido na casa do general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa do PL em 2022.
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