Política

Pesquisa aponta Bruno Reis como preferido da base para ser vice de Neto

Publicado em 19/02/2016, às 19h59   Marivaldo Filho e Rodrigo Daniel Silva



Nunca antes na história política soteropolitana, após a instituição do período democrático, uma candidatura ao cargo de vice-prefeito foi tão disputada. A acirrada corrida e a quantidade de concorrentes fazem com que as especulações pipoquem e, consequentemente, com que o prefeito tenha que quebrar a cabeça para conciliar todos os interesses.
A cobiça se explica. A popularidade alcançada pelo prefeito, a menos de oito meses para a eleição, injeta confiança na base de uma reeleição, com uma perspectiva de disputa de ACM Neto com Rui Costa pelo governo do estado em 2018. E é justamente aí que está a importância do vice. No cenário mais otimista para os aliados do prefeito, com a reeleição em 2016 e a possibilidade de assumir o estado daqui a dois anos, o escolhido de Neto seria o prefeito de Salvador. 
Alheio às especulações e ciente da dificuldade em agradar gregos e troianos, o prefeito ACM Neto já deixou o seu recado: vai adiar o quanto puder a decisão. Além da representatividade do quadro e do xadrez partidário, pesará para a decisão também a relação do concorrente com o Legislativo soteropolitano.
A reportagem do Bocão News, então, apurou com todos os 27 vereadores da base do prefeito  a preferência em relação aos concorrentes ao cargo de vice de Neto, com a promessa dos edis não serem revelados.
O preferido dos vereadores da base para ser o candidato a vice-prefeito de ACM Neto foi o deputado estadual e secretário da Semps, Bruno Reis, com 10 votos. O ainda titular da pasta municipal deixa a prefeitura e volta à Assembleia Legislativa no mês de abril.
Em segundo lugar entre os governistas ficou o secretário da Casa Civil, Luiz Carreira, com 5 votos. O perfil técnico do titular da pasta é tido como um diferencial entre os outros concorrentes. O ranking da preferência dos vereadores soteropolitanos segue com Silvio Pinheiro (3 votos), Guilherme Bellintani (2 votos), Célia Sacramento e João Roma cada um 1 voto. Dois edis preferiram não responder, um disse que tanto faz e outros dois não foram localizados.
Ao saber do resultado do levantamento, Bruno Reis comemorou. "Encaro com muita alegria esse resultado. Agradeço a todos os amigos vereadores pela lembrança do nosso nome. Isso decorre da relação de parceria e trabalho com eles. Mas não estamos em momento de definição, isso ocorrerá em um momento próprio, depois do São João", festejou. Questionado se acredita que a opinião dos edis pode ser levada em conta na decisão, Bruno Reis não descartou a possibilidade. "Não acredito que seja algo decisivo, mas a relação com a Câmara é algo muito importante", completou.
Goela abaixo
O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), em entrevista à Rádio Metrópole, nesta sexta-feira (19), falou que a decisão sobre o vice não é exclusivamente do prefeito ACM Neto e que o gestor municipal "não deverá enfiar goela abaixo" a escolha sem o devido diálogo com a base. O cacique, inclusive, disse que o nome não precisar ser, necessariamente, o de Bruno Reis.
"Se Neto disser que vai dar o vice para o PMDB não quer dizer que tenha que ser Bruno Reis. É um grande nome, pode ser ele e pode ser outro. Inclusive, pode ser a opção do PMDB. O Bruno depois que entrou no partido está convivendo maravilhosamente bem, tem conquistado companheiros e deputados federais. Ele se incorporou a legenda. Se Neto falar que o PMDB vai ter que ter o vice e tem que ser Bruno eu não me sentirei atendido. Pode ser Bruno, mas desde que o PMDB indique", afirmou Lúcio Vieira Lima.
Sobre a declaração do cacique peemedebista, Bruno Reis garantiu esperar uma decisão do prefeito após o diálogo com a base. "Neto nunca trabalhou com imposições. Nem eu me sentiria confortável se fosse dessa forma. A política é um processo de construção. Vamos aguardar o momento ideal", finalizou.  
*Colaborou o repórter Victor Pinto

Classificação Indicativa: Livre

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