Política

Governo enfrenta resistência para aprovar projetos na Alba

Publicado em 15/03/2016, às 15h03   Luiz Fernando Lima (Twitter: @limaluizf)


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A Secretaria Estadual de Relações Institucionais montou um preposto na Assembleia Legislativa da Bahia nesta terça-feira (15), para tentar convencer os deputados estaduais a votarem a autorização de retirada de um recurso residual da operação Rio Gavião, para destinar a projetos diversos na Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
A bancada de oposição topa votar desde que a emenda elaborada pelo deputado estadual, Luciano Ribeiro (DEM), seja incorporada à matéria. O parlamentar determina que 50% destes recursos sejam investidos na região da caatinga. "Se os governistas aceitarem, nós, da oposição, não colocaremos dificuldades". O deputado, no entanto, ressalta que o governo não esclarece quanto tem na conta. "É mais uma prova da falta de transparência". 
O que parece ter uma saída negociável com a oposição, encontra dificuldades na própria base governista. Os deputados estaduais perderam a paciência com o Executivo que não cumpre os acordos firmados com o Legislativo. 
Um deputado, que prefere não ter o nome divulgado prevendo mais retaliações, afirma que as emendas impositivas não foram pagas, que não há planejamento de execução e que isto pode ser considerado improbidade administrativa. "É tão absurdo que a prefeitura de Salvador tem 1 milhão de reais para os vereadores enquanto o Estado tem 1,2 milhões de reais e não paga". 
Pior, na avaliação de parlamentares ouvidos pela reportagem do Bocão News, é a falta de atenção dada a eles pelas secretarias. É comum ouvir nos corredores do Palácio Luís Eduardo Magalhães os relatos de dificuldades para agendar uma audiência com secretários estaduais.
Na segunda-feira (14) à tarde, uma reunião entre o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, e os deputados da base serviu para "lavar a roupa suja", mas não há indicativos de mudanças no comportamento do Executivo. Ao menos, é o que afirmam legisladores que perderam a fé nos compromissos assumidos e não cumpridos.
Este clima piora a relação de Rui Costa com a Casa. O terceiro mês do ano já está na metade e há uma imobilidade na gestão. Embora os deputados reconheçam as obras estruturais que estão sendo feitas em Salvador, há um sentimento de que poucos avanços estão no horizonte. 
Na tarde desta terça-feira (15), o líder da bancada governista José Neto (PT), tem outra missão: colocar para votar as urgências de três pedidos de empréstimos que somados chegam a aproximados 600 milhões de dólares. A verba será, se aprovada, direcionada para obras de infraestrutura.
Contudo, a oposição já declarou que não vota. Sandro Régis (DEM), líder da minoria na Casa, destaca que se o governo colocar as urgências em plenário pode fechar a possibilidade de qualquer negociação futura de dispensa de formalidades.
O clima não é favorável para Rui Costa.

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