Política
Publicado em 23/03/2016, às 21h01 Luiz Fernando Lima (twitter @limaluizf)
O senador Walter Pinheiro evita comentar sobre a possível desfiliação ao PT, embora nos bastidores da política em Brasília e na Bahia esta saída seja dada como certa. Dois destinos possíveis são apontados: PSD e PDT, sendo o primeiro mais provável, de acordo com o apurado pela reportagem do Bocão News no Congresso Nacional.
Em meio à crise política e econômica que o Brasil atravessa, Pinheiro subiu à tribuna do Senado, na última terça-feira (22), e fez um desabafo com diversas decalarações diretas e indiretas. Logo de início, o senador baiano se dirigiu ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB): "mas, no dia de hoje, Senador Renan, vivenciamos uma experiência que me deixa mais triste ainda, e essa tristeza vai-se acumulando".
Pinheiro continua após breve pausa: "a senadora Rose (de Freitas do PMDB do Espírito Santos) me perguntou, agora há pouco, por que, do ano passado para cá, tenho mudado tanto o meu semblante. Não é um semblante de quem está jogando a toalha, nem é um semblante de quem está baixando as armas, mas um semblante de quem está sofrendo o tempo inteiro, por ver as coisas que ajudamos a construir ruírem de forma muito rápida".
Em tom que mistura melancolia, tristeza e indignação, Pinheiro relaciona o Governo Federal com uma "Capa de Chuva, onde a água bate e escorre". "Saí de Salvador (no dia 22 de dezembro de 2015) e vim para cá (Brasília) me encontrar com o senador Renan na boca do Natal, com a certeza de que chegaria de manhã e voltaria à tarde. Naquele dia, elaboramos, mais uma vez, uma série de propostas. Mas a capa de chuva do outro lado da rua, a impermeável capa de chuva, em que tudo bate e escorre, sequer deu ouvidos a uma Comissão de Pacto Federativo, a uma Comissão de Agenda Brasil".
O senador afirmou ainda que desde as manifestações de junho de 2013 existem propostas e alertas para que o governo reativasse o contato com as ruas. "Nós ganhamos tempo, porque provamos ao Governo que o caminho estava errado, que o Governo deveria abrir, cada vez mais, os seus ouvidos para tentar dialogar e escutar as vozes das ruas. Dissemos isso em junho de 2013. E repetimos essa mesma coisa no dia 15 de março de 2015, que era necessário tentarmos entender o clamor das ruas por mudanças, e fizemos a nossa parte".
Sobre o PT
Pinheiro negou que tenha criticado o PT, como diversos partidários o acusam constantemente. "Podem me acusar de tudo. Durante muito tempo, muitos companheiros diziam que eu fazia ataques ao PT. Não fiz nenhuma crítica ao partido; fiz, sim, o tempo inteiro, muitas críticas ao Governo, que eu ajudei a eleger. Este Governo, o qual eu fui para as ruas defender, para fazer campanha, pedir votos, foi incapaz sequer de ouvir uma sugestão nossa. Fiz isso aqui desde o dia em que assumi o mandato em 2011. E, todas as vezes, apresentei projetos – podem pegar as propostas que foram apresentadas, PECs, projetos de lei –, ou até tentativas de conversar com ministros, e alguns nem davam ouvidos, por isso é que adotei a postura de parar de ir aos Ministérios".
No mesmo discurso o senador fez ainda um elegio ao ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Afirma que mesmo não atendendo aos pedidos dos senadores, o ex-ministro ia ao Congresso, conversava com os legisladores e foi o único ministro do governo Dilma "que nos ligou para agradecer pela votação do projeto de repatriação; de nenhum outro recebi sequer uma ligação, falando muito obrigado não a mim, mas ao Senado; não ao senador Renan, mas ao presidente do Senado".
No desabafo, Pinheiro argumenta que parte do discurso é fruto das conversas que tem o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros. De acordo o petista, o peemdebista diversas vezes o chamou para dizer "Pinheiro, você não pode abandonar, não pode deixar de lado. Essa é uma das questões importantes".
"Fiz isso aqui diuturnamente. Agora, minha sensação, senador Renan, é que, do outro lado, a capa de chuva continua cada vez mais grossa. É aquela sensação de capa de chuva mesmo, quando a água bate e escorre, não fica absolutamente nada – essa soberba ou essa impermeabilidade, talvez, explique uma série de coisas que estão acontecendo. Então, acho que a gente continua com a obrigação: a obrigação de encontrar uma saída para o Brasil. Não é uma saída para A, nem uma saída para B; nem uma solução para mim, nem uma solução para você (Renan)– permita-me tratá-lo assim, meu caro companheiro Senador Renan! Mas é uma saída para o Brasil".
Antes de concluir Pinheiro ainda critica as propostas do Governo que estão sendo enviadas para o Senador, entre as quais, a CPMF. Afirmou também que vai enfrentar o Executivo em alguns momentos por discordar das propostas encaminhadas e encerrou o discurso com palavras duras.
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