Política

Deputados baianos pressionam, mas negam ingratidão de Rui

Publicado em 21/04/2016, às 14h20   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



A relação do governador Rui Costa com a bancada federal da Bahia que votou contra o impeachment mudou após as reuniões que antecederam a apreciação do relatório da admissibilidade do processo para retirar Dilma Rousseff da presidência, conforme deputados federais ouvidos pela reportagem do Bocão News afirmam.
Nesta quinta-feira (21), a coluna Painel da Folha de São Paulo, trouxe a informação de que haveria dentro desta bancada insatisfações quanto à ingratidão do governador após a aprovação do relatório. No Palácio de Ondina, assessores ligados a Rui afirmam o contrário. Dizem que o governador tem dado declarações públicas de agradecimento aos parlamentares.
O ambiente hostil entre bancada federal e governo estadual data das primeiras reuniões da articulação política de Rui Costa. Tão logo tomou posse reuniões aconteceram e ficou definido que o governo federal atenderia as demandas dos deputados federais enquanto o estadual ficaria responsável por acomodar os estaduais.
Este acordo, na ocasião, não foi aceito apenas pelo PSD. Os outros partidos não se posicionaram ou concordaram com a definição de critérios. Contudo, ao perceber a inação e falta de habilidade das relações institucionais de Dilma Rousseff sob comando do então ministro-chefe da Casa Civil Aloízio Mercadante, a bancada bradou. 
Isso provocou o estremecimento da “parceria”. Os nós começaram a ser destravados durante o processo de impedimento da presidente na Câmara. De lá para cá se passaram duas semanas e nos bastidores da Governadoria corre a informação de que tem gente se movimentando para abocanhar os espaços e cobrando a fatura.
Neste sentido, a contrainformação é natural e o instrumento utilizado para passar o recado é a imprensa. Rui Costa e Josias Gomes, secretário das Relações Institucionais, precisarão revisar os critérios estabelecidos para divisão de cargos e secretariado nos próximos dias. Soma-se a isso outro problema: até bem pouco tempo atrás a bancada governista na Assembleia Legislativa também estava insatisfeita.
No caldeirão se misturam ingredientes pouco digestíveis para Rui. Uma crise econômica enorme, crise política, desgaste do PT, eleições municipais e a iminente queda de Dilma e de Jaques Wagner. O que será feito ainda não se sabe, mas alguma medida terá que ser adotada. Entretanto, as tratativas estão em curso e, ao menos, a palavra amiga vem sendo proferida pelo chefe do Palácio de Ondina em eventos públicos.

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