Política

'Não há almoço de graça', afirma Costa das doações a políticos

Publicado em 05/05/2015, às 16h36   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou nesta terça-feira (5), em depoimento aos deputados da CPI que investiga desvios de recursos da estatal, que não há "almoço de graça" e que empresas fazem doações oficiais a campanhas eleitorais para “cobrá-los” depois.
Um dos argumentos utilizados pelo tesoureiro licenciado do PT, João Vaccari Neto, para justificar as doações obtidas de empresas investigadas na Operação Lava Jato é que foram realizadas legamente, mediante recibo e com registro na Justiça Eleitoral. O Ministério Público afirma que parte das doações oficiais a partidos foi feita com recursos oriundos do superfaturamento de obras da Petrobras.
Segundo Paulo Roberto Costa afirmou à CPI, várias doações oficiais dessas empresas são oriundas de propina obtida nos contratos entre Petrobras e empreiteiras. "Isso está se comprovando [pelas delações], que várias doações oficiais vieram de propina, isso está claro", afirmou. "Não existe almoço de graça”, disse Costa.
Segundo ele, não há empresas que doam para campanhas e não queiram recuperar o que foi doado. “Precisamos passar o Brasil a limpo e acabar com essa hipocrisia de que as empresas vão doar valores e que não vão cobrá-los lá na frente”, disse.
Questionado pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), Costa reafirmou ter sido procurado pelo então presidente do PSDB Sérgio Guerra para que pagasse um suborno a fim de esvaziar a CPI da Petrobras em funcionamento na época. “Esse valor foi efetivado, foi pago e esse evento [a CPI] depois deixou de ter prioridade, efetividade. Isso está detalhado
É um fato real que ocorreu”, disse.
No início do depoimento, Costa se disse “arrependido” e afirmou que espera que o “sacrifício” dele não seja "em vão".
“Se eu pudesse voltar no passado nada eu faria. Eu espero que essa seja uma oportunidade para o Brasil passar a limpo uma série de coisas”, afirmou aos parlamentares.
Costa disse que estar “amargamente” arrependido e que não só ele, mas a sua família também está sofrendo. “Espero que o meu sacrifício não seja em vão”, afirmou.

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