Política

Santas Casas se reúnem em Salvador para discutir crise do setor

Publicado em 21/09/2015, às 13h18   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)



As entidades filantrópicas de saúde no país se reúnem esta semana, em Salvador, para discutir financiamento e gestão das Santas Casas das Misericórdias. O evento, organizado pela Confederação Internacional das Misericórdias (CIM), juntamente com a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), começa nesta quarta-feira (23) e vai até sexta-feira (25), no Hotel Pestana.

O encontro contará com a participação do presidente das Santas Casas de Misericórdia de Portugal, Manuel Lemos, e o secretário de Estado da Segurança Social de Portugal, Agostinho Branquinho, que desembarcaram em Salvador nesta segunda-feira (21). A proposta é a troca de experiência entre os dois países.

“Portugal está em outra fase, que não é a fase brasileira, do ponto de vista da avaliação das Santas Casas. Lá elas são dedicadas, principalmente, a área da assistência social. O governo português resolveu devolver os hospitais que as Santas Casas tinham desde a década de 70 e que o governo tinha estatizado. No Brasil, a grande força está na área da saúde e Portugal na área social. Nesse evento vamos ter essa troca”, disse em entrevista ao Bocão News, o deputado federal Antônio Brito (PTB), presidente da CIM e da frente parlamentar das Santas Casas na Câmara Federal.

De acordo com o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (Fesfba), Maurício Dias, a primeira Santa Casa do Mundo foi em Lisboa, fundada pela rainha Leonor de Lã Castro. O governo português expandiu para o Brasil e fundou a segunda Santa Casa, na Bahia, há 476 anos. “Temos hoje 2.100 entidades filantrópicas no Brasil e vamos debater a crise que vivemos. Mas não apenas a crise, mas também, as experiências exitosas, promover um intercâmbio entre essas entidades, até porque, situação que o Brasil enfrentará agora, como a inversão da pirâmide, com a ampliação da população idosa. E esse cenário Portugal já viveu lá atrás e já sabem o que tiveram que adaptar a esse novo modelo”, explicou o dirigente.  

Para Manuel Lemos, a taxa de envelhecimento do Brasil é menor que Portugal e se iguala à da França. “Temos aqui uma rede tão grande para colaborar com o governo [brasileiro] no envelhecimento [da população]. Não se acorda velho um dia. O envelhecimento é um processo. Em Portugal fomos capazes após estreita cooperação. É necessário cooperarmos uns com os outros para encontrarmos a melhor resposta para a questão do envelhecimento. Ninguém consegue fazer nada sozinho”, defendeu o português.

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