O governo federal decidiu apelar por uma matemática estritamente política para aliviar o lado da presidente Dilma Rousseff, o que inclui amenizar a situação do presidente da Câmara Federal, o deputado Eduardo Cunha (PMDB). Depois de resistir por quase cinco meses, o Palácio do Planalto aceitou uma sugestão que foi empregar em uma função federal uma pessoa indicada pelo deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), presidente do Conselho de Ética da Câmara, órgão que deverá julgar o pedido de cassação do mandato do peemedebista.
Segundo o blogueiro Fernando Rodrigues, do portal Uol, a estratégia do governo é alongar o máximo o processo contra Cunha, para que ele não seja instado a dar o sinal verde nos pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff.
Em declarações públicas, o Planalto e Eduardo Cunha negam que esteja em curso um acordo para ajuda política mútua. Na prática, é o que está acontecendo.
O cargo para o qual Araújo fez indicação é a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que é ocupada por Carlos Amorim, e será substituído por Fernando Ornelas. Segundo o blog, a ligação profissional de Fernando Ornelas com a área de patrimônio histórico é inexistente. Ele já foi gerente-executivo da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) nos Estados da Bahia e Sergipe.
O atual superintendente do Iphan na Bahia é Carlos Amorim. Ele foi informado pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, que o governo precisava entregar esse cargo para ajudar na montagem de uma base de apoio mais sólida na Câmara. Amorim ligou para amigos avisando sobre sua demissão por motivos políticos.