Política

Lava Jato: PF prende ex-secretário de Saúde no governo de Sérgio Cabral

Publicado em 11/04/2017, às 06h28   Folhapress


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A força-tarefa da Lava Lato no Rio prendeu nesta terça-feira (11) o ex-secretário Sérgio Côrtes, que comandou a pasta da Saúde no governo Sérgio Cabral (PMDB), e outras duas pessoas sob suspeita de fraudes no fornecimento de próteses para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
A operação, denominada Fratura Exposta, é resultado do aprofundamento das investigações Calicute e Eficiência, que apontou que o esquema operava não apenas em contratos de obras públicas, mas também em desvio de verbas destinadas à saúde.
Cerca de R$ 300 milhões foram desviados por meio de fraudes em licitações, segundo estimativa da Receita Federal, que integra a força-tarefa, com base em colaborações premiadas.
As investigações apontam que Côrtes teria favorecido a empresa Oscar Iskin, uma das maiores fornecedoras de próteses do Rio, quando foi titular da pasta. Além do ex-secretário, foram presos os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita.
Segundo a força-tarefa, servidores públicos investigados influenciavam as licitações para beneficiar a Oscar Yskin em troca de 10% de propina sobre os contratos. Eles serão indiciados por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Iskin é sócio da empresa e a representava nas licitações do Into. Gustavo Estellita é sócio de Miguel em outras companhias e já foi gerente comercial da Oscar Iskin.
Ao todo, estão sendo executados 40 mandados de busca e apreensão no Rio e no Distrito Federal, em residências e empresas dos envolvidos.
GUARDANAPO
Côrtes é um dos diretores executivos da Rede D'Or, uma das maiores redes de hospitais do país. Foi secretário de Saúde do Rio de 2007 a 2013 e diretor do Into, órgão agora investigado, de 2002 a 2006.
Ele acompanhava Cabral em um jantar em Paris em 2011, na companhia do empresário Fernando Cavendish, da Delta Construções. Os comensais -o grupo incluía secretários de Estado- posaram com guardanapos amarrados à cabeça, dançando.
As fotos foram divulgadas pelo ex-governador Anthony Garotinho, que os apelidou de "gangue do guardanapo".
Em 2009, Côrtes e o então subsecretário de Comunicação, Ricardo Cota, foram condenados por usar verbas da saúde em publicidade institucional: a pasta repassou R$ 10,15 milhões para a subsecretaria para uso em publicidade institucional.
A prática foi considerada um desvio de finalidade pela Justiça e os dois tiveram de devolver esses valores aos cofres públicos.

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