Política

Operação Carro Fantasma: vídeo mostra ex-secretário de Remanso recebendo propina

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Operação investiga esquema que teria desviado R$ 10 milhões dos cofres públicos na cidade  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 13/12/2017, às 10h31   Aparecido Silva



Na denúncia oferecida contra integrantes do esquema de desvio de recursos instalado na prefeitura de Remanso, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) afirma que há provas de que o ex-secretário de Administração e Finanças da cidade, Arismar Silva e Souza, recebeu “por diversos meses, dinheiro em espécie” da empresa JMC.

O esquema é investigado pela operação Carro Fantasma, deflagrada no dia 21 de novembro pela Polícia Federal. De acordo com a denúncia oferecida pelo promotor de Justiça de Remanso em conjunto com os promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), o dinheiro era sacado da conta da JMC pelo funcionário da empresa Arão Dantas dos Santos, que firmou acordo de delação premiada e contou o que sabia do esquema. 

Nos vídeos gravados por Arão, ele próprio aparece entregando o dinheiro ao ex-secretário. “Conforme revelam os vídeos gravados por este último, nos quais a pessoa que deveria cuidar das finanças do município de Remanso, efetivamente aparece recebendo vultosas quantias de ‘dinheiro vivo’ na presença dos seus assessores”, diz um trecho da peça. 

A denúncia também aponta que somente com a soma dos cheques indicados pelos delatores, Arismar Silva e Souza “desviou, em proveito próprio, apenas nos contratos do transporte alternativo da JMC, R$ 1.116,580,16”. “Um verdadeiro escândalo, considerando, sobretudo, a situação de penúria de grande parte dos munícipes de Remanso”, pondera o MP em sua denúncia.

Na semana passada, o MP pediu que a Câmara Municipal abra processo de cassação dos mandatos de seis vereadores e dois suplentes que estariam envolvidos no esquema. Eles poderão responder por crimes de organização criminosa e peculato. O pedido foi encaminhado pelo promotor de Justiça Rafael Santos Rocha ao presidente da Câmara, Alair Rodrigues Landim. Os vereadores José Ailton Rodrigues da Silva, Renata Lemos Rosal do Valle, Cândido Francelino de Almeida, Mailto de Franca Brito, Domingo Sávio Ferreira de Castro, Cristiano José Moura Marques e os suplentes Tomaz Neto Rodrigues da Silva e Jorge Brito Alves foram denunciados por envolvimento em um esquema que desviou quase R$ 10 milhões do erário municipal.

Segundo as denúncias, a associação criminosa funcionava por meio de emissões mensais de notas fiscais inidôneas e sublocação de veículos ‘fantasmas’, que não existiam ou não prestavam nenhum tipo de serviço público. No ofício encaminhado à Câmara, o promotor Rafael Rocha afirma que os parlamentares são acusados de cometer crime de peculato por 240 vezes.

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