Em entrevista à Folha de São Paulo, o governador, Jaques Wagner (PT), afirmou que a situação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT) ficou “quase insustentável”. Para Wagner, a decisão unânime da Comissão de Ética Pública da Presidência da República de recomendar a exoneração de Lupi deixou isto claro.
Dessa forma, afirmou, "de repente o próprio ministro pode [dizer]: ‘Presidenta, não sei se vai ficar uma coisa... Está ficando muito desconfortável. Quem sabe é melhor eu lhe deixar à vontade'. Aí é uma coisa unilateral dele".
O governador pensa que a presidente Dilma Rousseff deverá dizer à comissão se aceita ou não o conselho de demitir Lupi. Segundo ele, Dilma pode fazer isso na reforma ministerial prevista para o início de 2012 ou a qualquer momento.
Se ficar claro que Lupi só ficará no Ministério do Trabalho até janeiro, no entanto, o governador da Bahia defende que a melhor decisão é tirá-lo já do cargo. "Aí é melhor sair logo e deixar nem que for o secretário executivo assumir", afirmou.
O governador foi o entrevistado do programa Poder e Política do portal da Folha. Durante a entrevista, Wagner foi questionado sobre um possível racha na aliança entre PT e PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Para ele, o socialista tem direito de se candidatar ao que quiser, inclusive a presidente da República. No entanto, Wagner sugere que ser vice de Dilma em 2014 pode ser uma opção para Campos.
O governador falou ainda sobre obras em seu Estado, sobre a eleição para prefeito de Salvador em 2012 e sobre sua participação na fundação do PSD, partido de Gilberto Kassab, na Bahia.