Política
Publicado em 28/08/2020, às 20h23 Eliezer Santos
O Partido Progressista pode colocar o deputado estadual Robinho para disputar a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), caso não consiga reverter a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que impede reeleição ao comando da Casa, para manter comando da Casa sob a batuta de Nelson Leal.
“Caso a PEC não seja aprovada, meu nome está sendo colocado como plano B. Meu nome não é o único, mas uma das opções”, disse o deputado Robinho à reportagem.
O entendimento entre os pepistas é que se a matéria fosse colocada em votação no final do ano passado haveria condições reais de realizar a manobra regimental. Em julho, o BNews revelou que o presidente Nelson Leal acelerou, discretamente, as articulações na tentativa de realizar votação ainda durante a pandemia do novo coronavírus, mas o movimento não decolou.
“Hoje a gente não sabe, porque a gente não está convivendo com os deputados no dia a dia, não dá pra dizer que tem voto suficiente. Não posso afirmar que tem número de voto suficiente, hoje. Existe um grupo [de deputados] de outros partidos interessado em manter Nelson. Porque Nelson tem dado muita atenção aos deputados, tem sido um deputado independente”, declarou.
“Se não conseguirmos, aí esse grupo, liderado pelo PP e por Nelson, teria um novo nome. Porque aí não precisaria dos 39 votos [necessários para aprovação da PEC], precisaria de 32 para ganhar a eleição. Não estou dizendo que eu sou esse nome, mas existe a possibilidade de que possa ser o plano B, já existe conversação com outros deputados, mas o foco é apoiar a PEC para Nelson”, completou Robinho.
A recondução de Leal esbarra, sobretudo, no acordo firmado pelo governador Rui Costa (PT) que prevê rodízio de aliados na presidência da Casa, antecipando que a gestão no biênio 2021-2022 seria de Adolfo Menezes, do PSD.
João Leal, vice-governador do estado e cacique do partido na Bahia, afirma que não participou do referido acordo e mantém o time em campo para preservar a legenda na administração do Legislativo. Ele descarta também “trocar” a AL-BA por mais uma secretaria de governo.
"Nós não queremos outra secretaria [o vice-governador também é secretário de Desenvolvimento Econômico]. O partido não tá trocando absolutamente nada, não temos interesse nenhum em uma nova secretaria. O partido tem o interesse de manter a Assembleia Legislativa", disse Leão, em entrevista à rádio Metrópole.
Fontes da legenda afirmam que um caminho seria ocupar a Secretaria de Relações Institucionais (Serin), mas eles não vêm vantagem em “pegar uma secretaria que não tem autonomia, não consegue executar, fazer coisa alguma”, porque a pasta está intimamente ligada a Rui.
Por outro lado, o governador que vinha evitando discutir o assunto, já sinalizou que vai honrar o compromisso que selou em 2018. "Acordo é acordo. Para se quebrar um acordo, só com um novo e esse novo não existe".
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