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JH: o último a sair apaga a luz

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Após o pedido de demissão do secretário da Fazenda, rumores dão conta de que Bacelar estaria pedindo as contas  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/10/2012, às 08h22   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



O prefeito João Henrique (PP) não aparece, mas a gestão continua e as mudanças neste final de mandato prometem trazer à tona muitas das informações que estão no subsolo do Thomé de Souza desde 2005, quando assumiu a administração de Salvador.

Nesta quarta-feira (17) foi divulgado na imprensa o pedido de desligamento do secretário da Fazenda, Ruy Marcos Macedo, e da subsecretária, Lisiane Guimarães. Mas as mudanças não param por ai. Informações chegadas à reportagem do Bocão News davam conta de que o secretário de Educação, João Carlos Bacelar (PTN) também estava pronto para deixar a “arca de João Henrique”.

Presidente do partido com maior crescimento na Câmara Municipal - elegeu seis vereadores - o deputado estadual licenciado, Bacelar é assunto certo em qualquer conversa, denúncia ou analise eleitoral em Salvador. As críticas vão desde o uso da pasta para financiar campanhas como a de ACM Neto até manobras para pressionar funcionários da secretaria para apoiar o candidato do DEM. Todas negadas com veemência pelo solicito secretário, que tem por hábito atender à imprensa.

Inicialmente, este suposto aparelhamento da máquina pública seria a principal razão para que a controladoria bloqueasse o pagamento de convênios da secretaria de Educação. Bacelar nega que haja motivação política eleitoral no fato, mas confirma que os pagamentos estão suspensos há dois meses.

De acordo com o secretário, cerca de duas mil pessoas estão sem receber durante o período. “Não nego que a situação é difícil. Muito difícil, mas não sou do tipo de gente que abandona o barco e vou continuar lutando até o final. Chegarei ao final do mandato de João Henrique”.

Ele atribui a decisão da controladoria a uma mudança de entendimento sobre o que deve ser feito através de convênio e o que deve ser contrato com prestadores de serviços. “Mudaram uma fórmula que vinha acontecendo a 10 anos faltando quatro meses para o término do mandato”.

Sobre a possibilidade de ser responsabilizado por eventuais equívocos nos contratos, Bacelar afirma que está tranquilo, pois todos os convênios e contratos foram feitos com a autorização da controladoria e procuradoria do município.

O secretário reafirma que o dinheiro do repasse está em caixa e aguardando o posicionamento da controladoria. Nega que tenha ocorrido a reunião, na qual teria confidenciado a sua intenção de deixar a gestão, mas confirma a existência do desgaste.

“Até a segunda-feira (22) da próxima semana acredito que tudo esteja resolvido”, conclui o secretário.

Do outro lado

A retenção das despesas com terceirizados, no entanto, é vista por fontes ligadas ao Bocão News com pragmatismo. De acordo com estas, os convênios não foram feitos de forma correta e há uma possibilidade de vazamento de recursos para destinos ainda não revelados.

“Este foi o motivo real do bloqueio. Até porque se a controladoria ou procuradoria aprovasse os repasses, depois seriam responsabilizadas. Em final de gestão ninguém quer imputação de responsabilidade”, afirma uma fonte ligada ao Bocão News que preferiu não ter o nome revelado.

O clima no seio do governo é de apreensão total. Duas contas já rejeitadas, a de 2011 será julgada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) nos próximos meses. Sobre estas há dúvidas, pois o ex-secretário da Fazenda, Joaquim Bahia, goza de credibilidade e, dizem, que colocou a gestão no rumo certo. Com a saída, a possibilidade de nova rejeição, em 2012, é grande.


Foto: Gilberto Júnior // Bocão News

Matéria originalmente publicada às 13h31 do dia 17/10

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