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Professor Leonardo Fiuza critica megaempreendimento em Boipeba: "desmatamentos e capturas de terras públicas"

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Leonardo Fiuza afirmou que localidade é palco de cenário trágico  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Youtube
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 18/04/2023, às 12h59


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A Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), realizou na manhã desta terça-feira (18) uma audiência pública para debater e apurar todas as informações sobre a instalação do megaempreendimento “Ponta dos Calheiros” na Ilha de Boipeba, no município de Cairu. Na ocasião, o professor Leonardo Fiuza, Membro do Conselho gestor da APA(Área de Proteção Ambiental) fez fortes críticas à obra.

"As ilhas de Tinharé e Boipeba tem sido um palco de um cenário trágico que envolve um grande projeto de transformação dessas ilhas em um grande condomínio de milionários. Transformar a área de Boipeba em um paraíso para gente de muito dinheiro e um paraíso perverso para a população nativa e trabalhadora. "Quando a gente fala que existe um paraíso para milionários em construção, é importante registrar que isso tem sido feito a partir de uma articulação que a gente tem identificado entre grandes empresas, latifundiários, especuladores e agentes do poder público, nas três esferas. Existe uma intenção muito clara, seja agindo ou se omitindo. Uma avalanche de empreendimentos de cercamentos, de desmatamentos, de capturas de terras públicas. De fato, precisamos estar atentos a esse processo de apropriação e privatização dessas terras", afirmou.

Fiuza ainda declarou que os moradores locais têm sofrido com os empreendimentos construídos.

"Outro ponto que é muito importante é que moradores das comunidades de Tinharé e Boipeba estão sofrendo processos de criminalização, ameaça e perseguição por parte da prefeitura, do estado e da União. Eles precisam serem vistos e protegidos pela comissão dos direitos humanos”, finalizou.

De acordo com o professor, grandes empresários são responsáveis em transformar a área em "patrimônio privado".

"Praticamente 25% tanto de Itiaré quanto de Boipeba estão objetos desses processos de cercamento e de privatização. São figuras de grande poder econômico nacional e internacional. Tem empresários famosos envolvidos nesse esquena, como Daniel Dantas e Fábio Perini. De repente um território que era para ser de uma população nativa está se tornando um patrimônio privado", finalizou.

A empresa Mangaba Cultivo de Coco é a responsável pelo projeto imobiliário que conta com 69 lotes, 25 casas assistidas, 2 pousadas de 25 quartos, aeroporto, além de uma grande estrutura náutica e um campo de golfe.

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