Política

Professora é retirada arrastada por policiais em Câmara de Vereadores; assista

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A ordem para retirada da professora do local partiu do presidente da Câmara  |   Bnews - Divulgação Reprodução das Redes Socias
Daniela Pereira

por Daniela Pereira

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Publicado em 16/05/2023, às 12h10


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Uma professora de 56 anos foi imobilizada, algemada e retirada a força por policiais militares de uma sessão na Câmara de Vereadores da cidade de Maiquinique, interior da Bahia. A confusão, registrada na sessão da última segunda-feira (15), teria se iniciado após Maria Elizabete Dias de Almeida ter sentado de costas para o vereador que usava a tribuna na sessão.

O presidente da Casa, Lourisvaldo de Souza, mais conhecido como Chico Batoré (Solidariedade), pediu que a professora se sentasse direito, mas como o pedido foi negado, ele acionou os militares da Câmara e ordenou a retirada da mulher do local.

Mesmo após já ter se acomodado na cadeira da Câmara, os policiais pediram a saída da mulher do local. Após resistir ao pedido, alegando que não teria feito nada, a professora foi algemada e arrastada pelo plenário até a parte externa da Casa Legislativa.

Toda a ação foi transmitida ao vivo durante live da Câmara Municipal e registrada por moradores presentes no local. Em conversa com o BNews, Maria Elizabete disse que ficou com diversos machucados no corpo, diante da brutalidade da ação.  

“Eu sei que eles se incomodam com minha presença na sessão porque eu sou independente e não preciso de Prefeitura da cidade. Eu já percebi o jogo deles e levei apenas uma bandeira branca da paz para protestar. Não falei nada, apenas balancei a bandeira, mas os policiais já vieram me retirar. Dessa vez eles me puxaram, me algemaram e me arrastaram. Meus punhos doíam muito e eu fui parar em um hospital onde fiquei em observação, pois minha pressão marcou 18/10”, contou.

Já o presidente da Câmara, acusou a professora de causar tumulto nas última oito sessões realizadas na cidade. “Essa é a oitava sessão que essa senhora interrompe. É uma situação complicada. A gente tenta dialogar, procura ajuda de familiares, mas ela não obedece a ninguém. A delegada da cidade já conversou com ela, mas ela continua indo e tumultuando. Ontem ela surtou, chutou computadores e desacatou os policiais. Enquanto presidente da Câmara, eu tive que tomar uma atitude”, explicou.  

Sobre a truculência dos policias em retirar a mulher do local, Chico Batoré disse que a professora “se jogou” no chão. “O apelido dela aqui na cidade é Bete Doida. A população cobrava uma posição, fazer o que? Infelizmente, muitas vezes as pessoas se aproveitam dos cabelos brancos pra fazer isso, mas eu como presidente precisava tomar uma atitude. Os policiais já tinham conversado com ela, mas ela desacatou e quando foram retirar, ela se jogou no chão”, contou.

POLÊMICA

A ação policial levantou polêmica nas redes sociais. Enquanto algumas pessoas concordaram com a atitude do presidente, outros saíram em defesa da professora. Um deles foi o vereador Ezequiel Ferraz (Solidariedade). “Por diversas vezes essa senhora vai à sessão e usa palavras de ordem para fazer seus protestos. O presidente já pediu diversas vezes que ela parasse, mas ontem decidiu acionar a polícia para retirá-la. Eu repudio esse ato porque não é assim, democraticamente, que o poder Legislativo deve se comportar diante do povo. A gente está ali para legislar pela segurança da população e não usar a força policial para retirar as pessoas da Casa do povo da forma que fizeram. Independente das manifestações, essa não é uma medida adequada para a Casa legislativa”, disse.

Nas redes sociais, onde os moradores comentaram sobre o caso, também houve divisão de opiniões. 

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