Política

Professores protestam em frente à Câmara de Salvador por cumprimento do piso nacional

Domingos Junior
Prefeitura oferece um reajuste salarial de 8%, enquanto professores pedem cumprimento do piso nacional  |   Bnews - Divulgação Domingos Junior
Edvaldo Sales e Lula Bonfim

por Edvaldo Sales e Lula Bonfim

[email protected]

Publicado em 12/06/2023, às 15h53 - Atualizado às 16h09


FacebookTwitterWhatsApp

Centenas de professores protestam, na tarde desta segunda-feira (12), pelo cumprimento, por parte da prefeitura de Salvador, do piso salarial nacional da categoria. Os manifestantes, concentrados em frente à Câmara Municipal, são contrários à proposta de reajuste de 8% oferecida pela gestão municipal e requerem 20% de aumento.


De acordo com os representantes sindicais da categoria, parte desses 20%, mais exatamente 14,95%, diz respeito ao cumprimento do piso nacional garantido em lei para os professores. Os demais 5,05% seriam a reposição de parte da perda salarial que os servidores municipais tiveram depois de alguns anos sem reajuste inflacionário.


De acordo com o sindicalista Kleber Rosa (PSOL), diretor da Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (Fetrab), a negociação dos professores com a prefeitura iniciou bem, com a construção de um diálogo entre as partes. Porém, a gestão municipal teria abandonado as mesas de conversas no meio e encaminhado o projeto de reajuste sem um acordo com os sindicatos da categoria.


“Os professores colocaram 20% como parte de recomposição de perdas, de muitos anos de ausência de reajuste para os professores. O gestor municipal vinha de um processo de diálogo com a categoria. Inicialmente, apresentou 5%, subiu um pouco para 6%, apareceu 8%, mas a categoria rejeitou. E rejeitou porque sequer atende ao mínimo que é 14,95%, que é a lei nacional”, contou Kleber Rosa.


“No meio do processo de negociação, a categoria foi surpreendida com o envio da proposta para a Câmara. Então, obviamente, eu, que estou acompanhando esse processo, não posso concordar, primeiro, com o número que o prefeito apresenta e, segundo, com a forma que ele escolheu — desrespeitosa — de lidar com a categoria. Não esgotou as negociações, não esgotou o diálogo e, de uma hora para a outra, colocou o projeto para ser votado”, criticou o sindicalista.


Segundo Kleber Rosa, devido ao posicionamento da gestão de Bruno Reis (União Brasil), os professores municipais consideram a possibilidade de greve a partir do segundo semestre.


“A categoria aprovou na última assembleia que, no dia 3 de julho, no retorno do semestre letivo, que iria fazer uma assembleia e, até lá, avaliar a possibilidade de greve. Quando o prefeito toma uma atitude dessas, ele joga a categoria para um processo de luta ainda mais endurecida. Se ele endurece na forma de dialogar, ele está jogando a categoria para dar uma resposta também mais dura. Então eu acredito que a greve pode ser o único caminho daqui em diante para lidar com uma gestão que não respeita a luta dos trabalhadores”, defendeu Rosa.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp