Política

PSOL vive momentos de tensão em meio a negociações com PT; entenda

Ricardo Stuckert/PT
Alas do partido defendem "independência do PT" e distância de alianças à direita  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert/PT

Publicado em 11/11/2022, às 15h35   Cadastrado por IA


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O diretório nacional do PSOL está vivendo momentos de tensão, nos últimos dias, em meio a negociações com o PT para ingressar no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de 2023.

Isso porque, de acordo com o jornal O Globo, há uma expectativa de que Sônia Guajajara, deputada federal reeleita por São Paulo e membro do PSOL, seja escolhida oficialmente como ministra dos Povos Originários.

Porém, alas da legenda querem impedi-lo de integrar oficialmente o novo governo. Uma delas, o Movimento Esquerda Socialista (MES), do qual fazem parte nomes como Sâmia Bomfim, Glauber Braga, Mônica Seixas e Luciana Genro, tenta levar o partido para, senão uma oposição, ao menos uma posição de independência em relação ao PT.

O clima interno é de acirramento e tensão, com risco de haver debandada a depender da decisão tomada pela direção nacional, que vai se reunir em dezembro para tratar o caso.

Em junho, um grupo de mais de 100 integrantes, entre eles Plinio de Arruda Sampaio Júnior, anunciou a desfiliação em massa após a legenda aderir à chapa Lula-Alckmin e formar uma federação com a Rede Sustentabilidade.

Agora, um grupo está insatisfeito com a composição mais à direita do gabinete de transição, com o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), Persio Arida e André Lara Resende, por exemplo.

O que mais pesa, no entanto, é a expectativa de que o governo Lula dependa de siglas como MDB, PSD e União Brasil para governar e garantir maioria no Congresso para aprovação de seus projetos.

Há também o caso do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Ainda que tenha anunciado oposição ao governo Lula, a sigla continua abrigando deputados fisiológicos. 

A estimativa na executiva do partido é que, entre os 99 deputados eleitos, mais de 40 estarão dispostos a ajudar o futuro governo, se forem atendidos com cargos e emendas. O PSOL é contra se aliar a esses parlamentares.

Ademais, o presidente da sigla, Juliano Medeiros, e o deputado federal eleito Guilherme Boulos, próximos a Lula, foram anunciados na equipe de transição - o que incomoda a ala mais à esquerda do partido, ainda que a decisão tenha sido deliberada e vencido uma votação na direção nacional por 10 votos a 9.

Vale lembrar que o PSOL nasceu de uma dissidência do governo Lula. O partido foi fundado em 2004 após a expulsão dos parlamentares Heloísa Helena, João Fontes e Luciana Genro do PT.

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