Política

PSOL sofre com crise interna após contratação de marqueteiro para campanha de Boulos; saiba mais

Dinaldo Silva / BNews
Tendências internas mais ideológicas do PSOL divulgaram uma nota sobre o assunto  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva / BNews

Publicado em 16/09/2023, às 17h32   Cadastrado por Edvaldo Sales


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O PSOL está passando por uma crise interna após a contratação do marqueteiro Lula Guimarães para a campanha de Guilherme Boulos, pré-candidato à prefeitura de São Paulo.

Segundo O GLOBO, o profissional, além de já ter trabalhado com políticos de direita como o ex-governador João Doria (PSDB), é sócio da Benjamin Comunicação, uma agência publicitária que fez uma campanha contra a mobilização de entregadores que ocorreu na capital paulistana em 2020.

Ainda de acordo com o jornal, para as tendências internas mais ideológicas do PSOL, a presença do publicitário na eleição do ano que vem é "inaceitável" e significaria "mais um passo" em direção à política tradicional brasileira, “onde a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores e que nossas figuras impulsionam".

A resposta veio após uma reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" ter noticiado a contratação de Lula Guimarães, que tem um amplo histórico em campanhas políticas. Em 2018 e 2022 comandou, respectivamente, as presidenciais do atual vice-presidente Geraldo Alckmin e da senadora Soraya Thronicke.

Leia a nota completa das tendências internas do PSOL:

A Folha de São Paulo noticiou nessa quinta feira a definição de Guilherme Boulos pela contratação do marqueteiro Lula Guimarães para sua campanha à prefeitura, informando ainda que ele trabalhará como contratado do PSOL.

Lula Guimarães é sócio da Benjamin Comunicação, agência publicitária contratada pelo iFood para atuar contra a mobilização de entregadores em 2020, o “Breque dos Apps”, atuando de maneira deliberada para combater e minar a liderança de figuras de esquerda entre os entregadores. A atuação da agência de Lula Guimarães contra o movimento de entregadores e algumas de suas lideranças é descrita e denunciada em reportagem da Agência Pública. A atuação da empresa, e de Lula Guimarães, fez com que fossem convocados em 2022 a prestar esclarecimentos na CPI dos Apps, na Câmara Municipal de São Paulo.

É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com quem tem esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria, trata-se de uma prática antissindical das mais baixas e sujas, pois não atua na arena aberta da disputa política, mas sim com desinformação, método típico do bolsonarismo. E contra o movimento de trabalhadores de aplicativos, um dos setores mais precarizados e mais dinâmicos da classe trabalhadora, que estão há mais de 100 dias sem respostas na mesa de negociação mediada pelo governo e planejam mobilizações para a próxima semana.

A manutenção do contrato com Lula Guimarães significa, para Guilherme Boulos e a atual maioria da direção partidária em SP, mais um passo em direção à adaptação ao regime político brasileiro, uma adesão à forma “tradicional” de fazer política, onde a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores e que nossas figuras impulsionam.

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