Política

Repórter é ameaçado de morte por bolsonaristas em Brasília: 'encostaram uma arma e disseram que eu ia morrer'

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Repórter foi ameaçado de morte por bolsonaristas; confira relato completo  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter

Publicado em 09/01/2023, às 08h11   Cadastrado por Vinícius Dias


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Um repórter do Jornal O Tempo, que teve a identidade presevada pelo periódico de Minas Gerais, foi ameaçado de morte pelos terroristas bolsonaristas que invadiram e depredaram prédios dos três Poderes no último domingo (8), em Brasília.

O homem levou chutes, socos e teve uma arma apontada contra sua cintura e costas dentro do Congresso Nacional. Abordado por alguns dos terroristas, no momento em que eles invadiam o Senado, quebravam móveis e saqueavam presentes deixados por chefes de Estado – itens expostos em uma galeria no Salão Verde da Câmara, alguns deles obras de arte sem valor calculado –, chegou a ser mantido em cárcere por cerca de 30 minutos.

Após conseguir desvencilhar do grupo, conseguiu deixar o prédio do Senado em meio a uma espécie de “corredor polônes”.

Ainda foi cercado mais duas vezes. Apanhou mais em frente à sede do parlamento. Procurou policiais militares, de quem não teve apoio. Acabou resgatado por um desconhecido, que o deixou em casa.

"Sou repórter há 25 anos. Desde 2000, cubro política em Brasília. Cobri quase todas as manifestações na capital federal nesse período. Muitas delas violentas, como as de 2013, durante os protestos que tomaram o país. Nem os black blocs, que lá estavam, promoveram cenas como as que vi hoje", disse em relato publicado pelo jornal.

Ele foi cercado por três homens que estavam vestindo roupas de militares e foi abordado a gritos, questionado se era infiltrado ou petista.

"Roubaram meu crachá. Disseram que iam quebrá-lo. Pegaram minha carteira, pegaram os meus documentos. Roubaram meu dinheiro, vinte reais. Era só o que eu tinha. Pegaram meu celular. Repetiam a todo montado que eu era “petista infiltrado”. Eu respondia que não era, que estava ali a trabalho. Foi então que encostaram uma arma na minha cintura, dizendo que eu ia morrer", afirmou.

Em pânico, o repórter teve o rosto filmado. Os terroristas pediam para que bolsonaristas, em seus grupos, checassem a identidade do rapaz. Depois de ser 'liberado', passou por um corredor polonês e foi parado por grupos de terroristas já fora do Congresso em pelo menos duas vezes.

"Ao chegar nos policiais, pedi ajuda, socorro. Contei o que havia acontecido comigo. Mostrei meus documentos. Perguntei se podia ficar no cercadinho que haviam montado, até chegar um colega de trabalho, de profissão, de qualquer outro veículo, que pudesse me ajudar. Os agentes falaram que não. Responderam que nada podiam fazer por mim", lamentou.

Responsável pelo jornal, a Sempre Editora afirmou que epudia qualquer tipo de agressão aos profissionais de imprensa em quaisquer situações e repudiou a violência sofrida por sua equipe.

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